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      Tijolaço: Serra fez seu strip-tease na Petrobras

      Jornalista Fernando Brito, editor do Tijolaço, desmonta os argumentos do senador José Serra (PSDB-SP), que propôs a venda de ativos da Petrobras; afirma, por exemplo, que concorrentes da estatal, como Chevron e Texaco, também atuam em vários mercados, diversificando seus negócios; "Quer dizer, as receitas de Serra para a Petrobras são exatamente o contrário do que fazem seus amigos da Chevron… Senador, mas o que é bom para os Estados Unidos não é bom para o Brasil?", questiona

      Jornalista Fernando Brito, editor do Tijolaço, desmonta os argumentos do senador José Serra (PSDB-SP), que propôs a venda de ativos da Petrobras; afirma, por exemplo, que concorrentes da estatal, como Chevron e Texaco, também atuam em vários mercados, diversificando seus negócios; "Quer dizer, as receitas de Serra para a Petrobras são exatamente o contrário do que fazem seus amigos da Chevron… Senador, mas o que é bom para os Estados Unidos não é bom para o Brasil?", questiona (Foto: Leonardo Attuch)
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      Serra tira a fantasia: o negócio é fatiar e vender a Petrobras.

      Por Fernando Brito, do Tijolaço

      A entrevista de José Serra ao “dono da lista do HSBC” no Brasil, Fernando Rodrigues, é um strip-tease.

      O vendedor da Vale – título que lhe foi concedido pelo próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – lista o que se tem de fazer com a maior empresa brasileira.

      Vai falando meias-verdades, como a de dizer que a Petrobras está “produzindo fio têxtil”, vai circulando a presa, como um velho leão.

      O “fio textil” é poliéster, derivado integral de petróleo, que é produzido em Suape, como parte da cadeia de valor gerada pela refinaria, junto com a resina PET, com a que se produz garrafas.

      São plásticos, enfim, um dos frutos de maior valor da cadeia de refino de petróleo.

      Depois, diz que a Petrobras “não tem que fabricar adubo”.

      Parece que está falando de esterco, mas é, simplesmente, de um dos insumos mais importantes da imensa produção agropecuária brasileira: amônia, que é produzida a partir do gás extraído junto com o petróleo.

      É o “N” da famosa fórmula NPK dos fertilizantes, que o Brasil, incrivelmente, importa às toneladas.

      Depois, fala em vender as usinas termelétricas de eletricidade, que já foram das multis e que a Petrobras teve de assumir porque elas só queriam o negócio com os subsídios que lhes deu FHC na época do apagão de 2001, subsídios que, além disso, eram suportados por nossa petroleira.

      A seguir, fala em vender a distribuição, os postos Petrobras.

      Aqueles onde o dim-dim entra, sonante, chova ou faça sol.

      E aí, finalmente, diz que a empresa deve se conservar na extração de petróleo, mas que este deve ser “aberto ao mercado”.

      Como já é, deve-se ler isso como a entrega da parcela exclusiva, de 30%, das imensas jazidas do pré-sal.

      Claro que, nos negócios da cadeia do refino de petróleo, a Petrobras pode comprar, vender, dividir, agir como age um empresa que busca concentrar recursos em suas prioridades.

      Isso inclui, senador Serra, o tal “fio têxtil”.

      É tão bom negócio que seus amigos da Chevron  o produzem em larga escala através da Chevron-Phillips, em oito países.

      Assim como a Chevron produz adubo e está cheia de passivos ambientais pela forma terrível que o faz, antes como Texaco e agora  usando  o “codinome” de Ortho.

      E, claro, a Chevron não vai abrir mão de seus mais de 8 mil postos de abastecimento só nos Estados Unidos…

      Quer dizer, as receitas de Serra para a Petrobras são exatamente o contrário do que fazem seus amigos da Chevron…

      Senador, mas o que é bom para os Estados Unidos não é bom para o Brasil?

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