Tijolaço: Temer só é menos oco do que a imprensa brasileira
"Não dá para contar a quantidade de barbaridades primárias que escuto. Por exemplo, que a flexibilização das leis trabalhistas iria aumentar o emprego, quando é justamente o contrário, óbvio, porque o empresário que hoje tem de ter dois empregados para cobrir o funcionamento de seu estabelecimento poderá ter apenas um", diz Fernando Brito, editor do Tijolaço
Por Fernando Brito, editor do Tijolaço
Como eu mereço algum castigo por meus pecados, assisto neste momento a Globonews, depois de passar o dia lendo os sites dos grandes jornais.
Não dá para contar a quantidade de barbaridades primárias que escuto.
Por exemplo, que a flexibilização das leis trabalhistas iria aumentar o emprego, quando é justamente o contrário, óbvio, porque o empresário que hoje tem de ter dois empregados para cobrir o funcionamento de seu estabelecimento poderá ter apenas um.
E nem uma palavra dos jornalistas sobre Michel Temer ter dito que sua “suposta” (suposta?) impopularidade o ajuda a implementas as “reformas”, como se um presidente sem diálogo com a população, incapaz de ir até a velórios, pudesse convencer o povo brasileiro.
Não pode, claro e cada vez menos poderá impor, com a cumplicidade de deputados e senadores tão desmoralizados quanto os que temos.
Sobre o tema, que abordei de passagem hoje, mais cedo, Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, publica um texto demolidor, para presidente e jornalistas, que reproduzo abaixo:
‘Aproveito a impopularidade para tomar medidas impopulares’: a última barbaridade de Temer
Temer ainda teve tempo, no finalzinho de 2016, para proferir uma frase destinada à antologia das obtusidades.
Sequer original ele foi. Tomou a sentença do publicitário Nizan Guanaes.
“Um governo com popularidade extraordinária não poderia tomar medidas impopulares”, disse ele nesta quinta num encontro com jornalistas.
Ele se referia à reforma na legislação trabalhista e às mudanças na Previdência.
Suposta impopularidade?
Um momento: alguém tem dúvida disso? Temer vem batendo sucessivos recordes de rejeição. Cada pesquisa é pior que a anterior.
Não foi tudo.
Numa inversão monumental, ele conseguiu dizer que um governo popular não conseguiria aprovar medidas impopulares.
Desde quando?
É exatamente o contrário.
Administrações populares — sobretudo em seus primeiros meses — são as mais talhadas para passar medidas impopulares.
Como cientista político, aspas, Temer revelou-se uma tragédia ao proferir uma barbaridade daquelas.
Para completar o circo, nenhum dos jornalistas presentes o questionou sobre a abstrusa tese que ele fabricou.
É como se eles, a exemplo do que ocorreu no infame Roda Viva, estivessem dizendo a Temer: “Tamos juntos, presidente!”
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