Tijolaço: Veto de Dilma evita “bondade do mal” no Bolsa Família
Jornalista Fernando Brito explica o veto da presidente na Lei de Diretrizes Orçamentárias ao reajuste do programa; "Como a dotação orçamentária para o Bolsa Família é fixa, o que acontece quando se aumenta o valor do benefício? Sim, como o valor total é o mesmo, menos benefícios poderão ser pagos"; e critica a manchete do Estadão sobre o assunto: "Contém uma destas 'jaboticabas', as coisas que só acontecem no Brasil"
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Por Fernando Brito, do Tijolaço
A manchete do Estadão sobre os vetos apostos pela Presidente Dilma Rousseff contém uma destas “jaboticabas”, as coisas que só acontecem no Brasil.
É o que estabelecia a correção dos valores dos benefícios do Bolsa Família em algo próximo de 16%.
Muito bom, muito bem, seria digno de aplauso.
Mas, espere... Não era lá no Congresso que queriam cortar o orçamento do Bolsa-Família para arranjar o tal superávit fiscal?
Não era o Estadão que, há pouco mais de um ano, chamava o programa de “Bolsa-Voto”?
A tática da maldade é disfarçar-se de bondade.
Como a dotação orçamentária para o Bolsa Família é fixa, o que acontece quando se aumenta o valor do benefício?
Sim, como o valor total é o mesmo, menos benefícios poderão ser pagos.
Logo, pessoas teriam de ser desligadas do programa.
Mas o reajuste não seria correto? Seria, e seria também desastroso.
Encher-se-ia mais o prato de uns, com todo o merecimento, esvaziaria-se o de outro, sem a menor piedade.
O inimigo do bom, dizia minha santa avó, é o ótimo.
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