Trump e Bolsonaro 'mataram' os mensageiros da mídia tradicional
A jornalista Patrícia Campos Mello aponta semelhanças entre as campanhas de Donald Trump e Jair Bolsonaro no quesito comunicação; para Mello, ambas as candidaturas ignoraram completamente o establishment jornalístico e publicitário e travaram comunicação 'direta' com os eleitores, segundo ela, uma forma 'eficaz e eficiente'; ela lembra como era o Twitter de Donald Trump, no início da campanha americana: 6,5 milhões de seguidores (hoje, são 55 milhões)
247 - A jornalista Patrícia Campos Mello aponta semelhanças entre as campanhas de Donald Trump e Jair Bolsonaro no quesito comunicação. Para Mello, ambas as candidaturas ignoraram completamente o establishment jornalístico e publicitário e travaram comunicação 'direta' com os eleitores, segundo ela, uma forma 'eficaz e eficiente'. Ela lembra como era o Twitter de Donald Trump, no início da campanha americana: 6,5 milhões de seguidores (hoje, são 55 milhões).
A reportagem no jornal Folha de S. Paulo relata detalhes da campanha de Trump: "sua forma preferida de se comunicar com os eleitores era por vídeos, pelo Twitter e por entrevistas a jornalistas amigáveis, muitas vezes em sites que antes só eram conhecidos na blogosfera da direita, como Info Wars e BreitbartNews. Ele também elege alguns âncoras —como Sean Hannity, da Fox News— para verbalizarem suas opiniões e passarem recados. E frequentemente faz transmissões ao vivo, pela internet, de seus comícios, escapando dos filtros jornalísticos".
Segundo Patrícia Campos Mello, "o americano se provou um gênio na manipulação do ciclo de notícias. Toda vez em que uma notícia negativa começava a dominar as redes, ele conseguia mudar o assunto com um simples tuíte, normalmente em caixa alta e depreciando alguém".
A comparação a Bolsonaro, portanto, é factual: "Bolsonaro vai na mesma linha, com a diferença que o WhatsApp —ferramenta muito mais difícil de rastrear— é sua principal arma de campanha (nos EUA, a penetração do aplicativo é baixa). Uma equipe de marketing distribui vídeos, mensagens e memes do candidato e de seus filhos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, para cerca de 1500 grupos de WhatsApp. Esse mesmo conteúdo digital é compartilhado pelos milhões de seguidores do candidato nas redes sociais. Assim, a campanha consegue passar sua mensagem sem se submeter ao escrutínio de jornalistas, citar fontes nem ter que explicar eventuais contradições".
Ela informa a dimensão da campanha do extremista, em comparação com seus adversários: "Bolsonaro tem hoje 1,6 milhão de seguidores no Twitter, 7,49 milhões no Facebook e 4,2 milhões no Instagram. Em comparação, seu adversário no segundo turno, Fernando Haddad (PT) tem 742 mil no Twitter, 808 mil no Facebook e 528 mil no Instagram. O ex-presidente Lula tem 3,9 milhões de seguidores no Facebook".
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