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Mídia

Uma aula de jornalismo?

O Wall Street Journal, principal nome do imprio de Murdoch, traz na capa desta segunda-feira uma cobertura completa sobre o caso das escutas ilegais; em outra leitura, a exposio pode ser uma defesa do magnata

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247 – O diário americano Wall Street Journal, publicado pela Dow Jones, que pertence ao grupo de Rupert Murdoch, não se absteve em divulgar notícias que envolvem o escândalo das escutas ilegais praticadas pelo tabloide britânico News of the World, também criação do magnata australiano. A edição desta segunda-feira traz na capa uma grande cobertura sobre o caso, com detalhes inclusive do envolvimento da ex-editora do tabloide e ex-diretora da News International – braço do grupo de comunicação –, Rebekah Brooks, com o primeiro-ministro britânico, David Cameron. A jornalista renunciou ao cargo na última sexta-feira e foi presa e interrogada neste domingo.

A reportagem pode ser vista como uma aula de jornalismo, visto que a publicação nova-iorquina é o principal nome do império de Murdoch e tratou o assunto com transparência e destaque. Outra leitura, porém, leva a crer que a suposta transparência é uma forma de defesa do magnata, que tenta responder a acusações por meio de uma de suas próprias empresas.

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Considerando este posicionamento, vale relatar que a reportagem descreve com detalhes uma série de falhas cometidas pela Polícia Metropolitana de Londres, como o fato de não ter tido sucesso nas investigações das escutas ilegais ao longo de 2006; por seus membros terem possivelmente recebido suborno de jornalistas do News of the World para fornecer informações e pela contratação de um ex-editor do tabloide sensacionalista como conselheiro da organização em relações públicas, Neil Wallis, preso na semana passada acusado de estar envolvido no caso dos grampos ilegais. “Se a Scotland Yard não o fez como deveria quando as escutas ilegais foram descobertas, há anos, isso é mais grave do que as próprias escutas”, disse o jornal. A reportagem afirma que a queda do número um da organização, Paul Stephenson, na última sexta-feira, levou a história ainda mais adiante.

A reportagem define a amizade de Rebekah com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, como um exemplo emblemático sobre laços íntimos entre políticos e a imprensa. A executiva, que era braço direito de Rupert Murdoch, foi questionada pelo comitê do Parlamento da Cultura, Mídia e Esporte sobre pagamentos à polícia. Em 2003, quando ela era editora de outro tabloide do grupo, The Sun, disse ao comitê: “Nós pagamos a polícia por informações no passado”, informou o WSJ. Executivos da News International afirmaram ao comitê que o grampo de ligações foi limitado a apenas um repórter do News of the World.

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O texto do Wall Street Journal diz que “tabloides britânicos são conhecidos há anos por comprar furos e revirar a lama ao redor das pessoas famosas”. O jornal americano faz críticas aos que “gritam para que os políticos derrubem Murdoch e a News Corp”, e diz confiar nos leitores para “discernir os motivos comerciais e ideológicos de nossos competidores e críticos”.

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