Uma internet só para o Irã

247 – A internet é definida como a rede mundial de computadores. Menos para o Irã. De acordo com informações do The Wall Street Journal, o país projeta a criação de uma internet própria, a fim de eliminar qualquer conteúdo externo e garantir que passem pela censura nacional. O governo apresenta o projeto, segundo o jornal americano, como uma forma de proteger os princípios islâmicos de más influências.

O Irã é um dos países que mais sofre com a censura na web e a efetivação da medida do governo seria a forma mais drástica de acabar com toda e qualquer influência do mundo ocidental aos cidadãos do país. Pelo projeto, a rede será monitorada por uma empresa estatal e irá oferecer serviços alternativos aos criados pelos Estados Unidos, como a troca de correios eletrônicos do Yahoo, Hotmail ou Gmail por um sistema próprio, o Ymail. De acordo com um porta-voz do governo, a rede mundial não será totalmente excluída, de modo que órgãos do governo, bancos e grandes companhias não sejam prejudicados em negócios com o exterior.

O país já conta com uma internet nacional, criada pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad, que funciona atualmente em escolas públicas e edifícios oficiais. “A rede interna fortalecerá o país e preservará nossa sociedade da ameaça de invasões culturais”, disse o presidente à época da criação, em 2005. Segundo informações da União Internacional de Telecomunicações, onze entre 100 iranianos se conectam à internet, uma das porcentagens mais altas entre os países da região. O Irã foi o primeiro país muçulmano do Oriente Médio a se conectar com a rede e o segundo da região, depois de Israel.