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    “Valério é caixa preta mais perigosa do país”

    Para Augusto Nunes, dono das agências DNA e SMPB chantageou sim o ex-presidente Lula, apesar dos desmentidos

    “Valério é caixa preta mais perigosa do país” (Foto: Divulgação)
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    247 – Embora tenha dito que não vai “endurecer o dedo” e negado chantagem relacionada ao ex-presidente Lula, o jornalista Augusto Nunes interpreta que o significado das afirmações do empresário mineiro é o oposto. Leia seu artigo:

    Os desmentidos de Marcos Valério confirmam que Lula precisa tratar com muito carinho a caixa preta mais perigosa do país

    Augusto Nunes

    Como revelou a edição de VEJA desta semana, o grão-mensaleiro Marcos Valério comunicou a amigos de Lula que, se não fosse tratado com o carinho que merece a mais perigosa caixa-preta do país, poderia ceder à tentação de contar detalhes de conversas que teve com o ex-presidente antes da descoberta do mensalão. Nesta segunda-feira, instado pelo portal Terra a comentar a reportagem, Valério confirmou a ameaça com duas frases grávidas de entrelinhas.

    “Eu sou igual ao doutor Delúbio, nunca endureci o dedo para ninguém e não vai ser agora, às vésperas do julgamento”, começou o declarante. “Eu não tenho nenhum confidente em Brasília, principalmente lá, onde não vou há anos”, terminou. Traduzidas as frases, o que se ouve são dois desmentidos que ratificam e ampliam as informações divulgadas por VEJA.

    A primeira lembra aos interessados que, como Delúbio Soares, Valério sabe muito e não contou nada, está pagando sozinho por pecados coletivos e espera que os danos morais e financeiros sejam devidamente compensados. Ao frisar que nunca endureceu o dedo, está dizendo que poderia ter feito o contrário. O indicador só enrijece se existe algo ou alguém a apontar. Não fez isso e não fará às vésperas do julgamento, sublinha. Mas nada impede que faça depois. Depende do desfecho do caso.

    Ao afirmar na segunda frase que não tem confidentes em Brasília e não aparece por lá há alguns anos, Valério confirma outra informação da reportagem: os encontros com Paulo Okamotto e Luiz Eduardo Greenhalgh, que repassaram o recado a Lula, ocorreram em São Paulo. Não foi necessário reaparecer no local do crime. Antes da descoberta do esquema criminoso, ele passava mais tempo em Brasília do que em Belo Horizonte e entrava sem bater em gabinetes inacessíveis para a gente comum. Até ser reduzido a caso de polícia e descobrir como é passar a noite na cadeia.

    Em setembro de 2011, nas alegações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal pela defesa de Marcos Valério, o advogado Marcelo Leonardo afirmou que o elenco formado por 38 réus do processo do mensalão só ficará completo com a incorporação do protagonista ausente. Dois trechos do documento resumem a ópera:

    “É um raríssimo caso de versão acusatória de crime em que o operador do intermediário aparece como a pessoa mais importante da narrativa, ficando mandantes e beneficiários em segundo plano”, escreveu o advogado. “Alguns, inclusive, de fora da imputação, embora mencionados na narrativa, como o próprio presidente LULA”.

    “A classe política (…) habilidosamente deslocou o foco das investigações dos protagonistas políticos (LULA, seus ministros, dirigentes do PT etc) para o empresário (…) dando-lhe uma dimensão que não tinha e não teve”.

    Letras maiúsculas são gritos gráficos. As duas vogais e a consoante reprisada do LULA amplificam as ameaças sussurradas ou apenas insinuadas pelo diretor financeiro do bando. A drenagem do pântano não foi além das margens. Os principais personagens escondem segredos há sete anos. Nenhum tem tanto a dizer quanto Marcos Valério.

     

     

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