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Verissimo questiona: o que vem depois da Lava Jato?

O que vem depois da Lava-Jato? A que normalidade se volta, uma nova ou a de sempre? E até que ponto a sangria será tolerada?", indaga o colunista Luis Fernando Verissimo neste domingo ao fazer um balanço da repercussão da operação

Luis Fernando Verissimo Lava Jato (Foto: Giuliana Miranda)
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247 - "O que vem depois da Lava-Jato? A que normalidade se volta, uma nova ou a de sempre? E até que ponto a sangria será tolerada?", indaga o colunista Luis Fernando Verissimo neste domingo em O Globo.

"A Operação Lava-Jato foi descrita por um dos seus alvos como uma 'sangria' a ser estancada antes que causasse mais estragos. Se está em andamento, nos corredores sombrios do poder, um processo de abafa da Lava-Jato sem dar muito na vista, só sabe quem frequenta os corredores sombrios. O recém-empossado ministro da Justiça declarou que não tocará na Polícia Federal e não intervirá na Lava-Jato. Em outras palavras, que vai deixar sangrar. Quando eu era guri, na Idade Média, cruzava-se dedos para dizer uma mentira, o que absolvia o mentiroso. Ninguém observou os dedos do novo ministro enquanto ele falava. Mas dizem que ele é um cara legal e fará o que falou, ou não fará o que se teme.

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(...)

As explicações se repetem, sem muita variação. Todos são inocentes. Nada do que receberam foi para o caixa dois ou para seus bolsos, tudo foi para o caixa um, devidamente registrado pelo Tribunal Eleitoral. Não entendo por que o próprio Tribunal Eleitoral não pode esclarecer quanto da dinheirama foi declarada e aprovada por ele e de quanto ele nem sentiu o cheiro, ou se tem competência para fazer isso, ou não quer se envolver.

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A esquerda, ainda ressentida com a condução coercitiva do Lula e a gravação e o vazamento ilegais de conversa da Dilma, então na Presidência, pode se consolar com a ideia de que Moro e seus justiceiros desencadeiam um ataque sem precedentes ao capitalismo de compadres brasileiro. Não se pode nem dizer que a Odebrecht, as empreiteiras e outras empresas flagradas comprando favores de políticos sejam anomalias, e o propinato, uma perversão a ser exorcizada para que os negócios voltem à normalidade. A normalidade, no capitalismo de compadres brasileiro, é a promiscuidade do capital predador com o poder à venda, e assim tem sido há décadas.

O que vem depois da Lava-Jato? A que normalidade se volta, uma nova ou a de sempre? E até que ponto a sangria será tolerada? No passado se recorria à sangria para fins terapêuticos. No nosso caso, talvez o paciente não aguente."

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