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Wikileaks: Câmara do DF é “refúgio de canalhas”, disse embaixador dos EUA

No Brasil entre 2004 e 2005, John Danilovich mandou e-mails ao governo americano detonando rgo de representao popular da capital do Pas

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Rodolfo Borges_247, de Brasília – A Câmara Legislativa do Distrito Federal não tem boa fama. Dona do maior orçamento entre as câmaras federais do país, com gastos anuais de R$ 9,8 milhões para cada um dos 24 deputados, a Casa costuma aprovar leis que nunca serão aplicadas, por serem inconstitucionais – a maioria por tratar de assuntos da competência do governador ou da União. Ainda é, porém, um órgão legítimo de representação popular, com parlamentares eleitos pelo voto popular. Essa condição, porém, foi solenemente ignorada pelo então embaixador dos EUA no Brasil, John Danilovich, em passagem pelo país, de 2004 a 2005. Em agosto de 2004, ele notificou seu governo, por e-mail, que havia “um malandro a menos na galeria”, ao se referir à cassação do deputado Carlos Xavier da Câmara, destacando-o como o primeiro caso de expulsão na história da Casa.

No mesmo telegrama, cujo conteúdo foi revelado pelo Wikileaks via agência Pública, o ex-embaixador classifica a expulsão como um feito, tendo em vista que a Câmara é conhecida por ser um “refúgio de canalhas”. Danilovich assinala que Xavier é suspeito de uma investigação “numa teia de fraudes" em grilagem de terras e, apesar disso, sua expulsão foi motivada pelo envolvimento no assassinato de um jovem de 16 anos, que estaria tendo um caso com sua mulher. O diplomata destaca ainda o receio dos parlamentares em expulsar o colega, para não abrir precedente, o que fez da votação uma disputa apertada.

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Mesmo diante do caso, o diplomata flagrado pelo Wikileaks se mostrou cético quanto o movimento contra a impunidade, pois o ato poderia ter servido meramente “para desenhar uma linha: que assassinos, pelo menos, não serão tolerados na Assembleia Distrital”.

Apesar das palavras fortes, que veem sendo rechaçadas pelas autoridades de Brasília desde que tornadas públicas, a impressão de Danilovich sobre a política brasiliense se confirma na ausência de punição para Xavier. Sete anos depois, o deputado ainda não foi julgado – e não há previsão para que seu processo seja analisado pela 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça.

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Na tentativa de dar a dimensão da vida política de Brasília naquele ano de 2004, o diplomata relatou ainda que o ex-governador Joaquim Roriz vetou 40 leis aprovadas pela Câmara apenas nos três primeiros meses do ano, todas inconstitucionais. Uma delas criava um lago para que desempregados pudessem “pescar seu jantar”.

 

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