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A direita que não quer ser direita

Por que o DEM não se assume como realmente é se há um eleitorado nesse campo ideológico?

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O novo presidente do DEM, o senador José Agripino Maia, disse recusar a “pecha de direita”. Poucos querem se assumir de direita no Brasil, embora pesquisas mostrem que o eleitorado que se identifica com a direita seja grande. Parece que o politicamente correto é ser de centro-esquerda ou centro-centro. No limite, de centro-direita. Ser de direita, por um lado, ou comunista, por outro, está fora de moda.

Mas, queiram ou não, direita e esquerda continuam existindo no espectro político. Têm gradações, que vão do extremo ao centro, mas as ideologias políticas podem ser classificadas, em essência, como de direita ou de esquerda. Diferenciam-se em relação ao papel e ao peso do Estado, à regulamentação da economia e da sociedade, à presença do Estado em atividades produtivas, à política externa, à carga tributária, aos direitos trabalhistas e em vários outros temas.

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O DEM tem posições claras sobre esses temas e fala em resgate do liberalismo econômico e em defesa da doutrina liberal, mas não quer se colocar como direita no espectro político brasileiro. Não são todos que pensam assim, claro. O deputado gaúcho Onyx Lorenzoni, por exemplo, respondeu que é de direita, sim, quando Agripino recusou a “pecha de direita”. O senador Demóstenes Torres, de Goiás, colocou-se com mais clareza: “Não somos de ultradireita”. É verdade, quanto ao ultra – não se pode colocar o DEM ao lado de organizações fascistas e nazistas da extrema-direita.

Não há, porém, razão para o DEM se recusar a assumir ser de direita. O DEM é, desde 2007, o antigo PFL – Partido da Frente Liberal. Que é a Frente Liberal que se separou do velho PDS – Partido Democrático Social – para apoiar Tancredo Neves e foi obrigada pela legislação partidária a colocar “partido” antes do nome, mesma razão pela qual o MDB teve de virar PMDB. E o PDS era, como se dizia na época, o sucedâneo da Arena, a Aliança Renovadora Nacional, partido que apoiou todos os governos militares.

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Desde a Arena, são partidos inequivocamente de direita. Os dissidentes que criaram a Frente Liberal não deixaram de ser de direita porque romperam com o governo do general João Figueiredo para apoiar o peemedebista Tancredo Neves. O DEM é de direita, por herança e por ideologia. Evoluiu, porque não defende mais uma ditadura, mas não deixou de ser de direita.

A questão é que um projeto explicitamente de direita não é viável eleitoralmente no Brasil. Ainda mais com o DEM enfraquecido, governando apenas dois estados menores, assolado por divergências internas e ameaçado de perder o prefeito de São Paulo, sua maior expressão eleitoral.

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O projeto do DEM é eleger Aécio Neves em 2014. Se estiver mais forte depois das eleições municipais de 2012, o que é muito difícil, em nova coligação com o PSDB. Se continuar fragilizado, como hoje, formando com os tucanos, e provavelmente com o PPS, um novo partido. Que, naturalmente, jamais se declarará de direita.

 

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