Ação antidemocrática de Macron gera crise que pode durar meses
Adoção forçada de reforma da Previdência cria incerteza sobre futuro de Macron

RFI - A aprovação da reforma da Previdência por meio de um artigo constitucional, sem votação no plenário da Assembleia de Deputados, abriu uma crise política e social na França. A oposição apresentou nesta sexta-feira (17) duas moções de censura contra o governo da primeira-ministra Élisabeth Borne. A votação dos textos está prevista para a próxima segunda-feira (20).
A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, irá enfrentar moções de censura no Parlamento depois de acionar artigo constitucional considerado antidemocrático para aprovar reforma da Previdência.
Na tarde desta sexta-feira, um grupo de deputados independentes apresentou uma moção de censura suprapartidária contra o governo, também assinada pela coligação de esquerda Nupes (Nova União Popular Ecológica e Social). O texto será submetido ao plenário da Assembleia na próxima segunda-feira (20), com o objetivo de destituir o gabinete da primeira-ministra Élisabeth Borne.
O partido de extrema direita de Marine Le Pen (Reunião Nacional – RN) encaminhou uma segunda moção de censura, mas é a proposta dos independentes que tem mais chances de reunir o apoio de parlamentares de todas as legendas de oposição, inclusive do partido de direita Os Republicanos (LR), que rachou e tornou a votação da reforma no plenário da Assembleia incerta para o governo.
Para a primeira-ministra perder seu mandato, são necessários os votos de 287 deputados entre os 573 que compõem atualmente a Assembleia. Assim como a votação da reforma da Previdência dependia dos deputados do partido de direita LR, a continuidade ou o fim do governo de Élisabeth Borne está nas mãos deste partido, que está dividido.
Por enquanto, parece remota a formação dessa maioria de 287 votos para derrubar o governo. Mas este cenário pode evoluir nas próximas horas.
Um aspecto importante para destacar é que o Parlamento francês não tem poder para retirar o presidente Emmanuel Macron da presidência. Só ele pode decidir sobre uma eventual renúncia, o que por enquanto não está em perspectiva.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
O conhecimento liberta. Quero ser membro. Siga-nos no Telegram.
A você que chegou até aqui, agradecemos muito por valorizar nosso conteúdo. Ao contrário da mídia corporativa, o Brasil 247 e a TV 247 se financiam por meio da sua própria comunidade de leitores e telespectadores. Você pode apoiar a TV 247 e o site Brasil 247 de diversas formas. Veja como em brasil247.com/apoio
Apoie o 247
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247