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'Acordamos num mundo mais perigoso'. Conheça as reações internacionais ao assassinato de general iraniano

"É um passo arriscado", diz a Rússia sobre o assassinato do general iraniano pelos EUA. A França pediu "estabilidade" na região e a China apela à "calma e contenção". Já o governo sírio denuncia a "covarde agressão norte-americana"

Chancelarias de todo o mundo se manifestam sobre assassinato de general iraniano pelos EUA (Foto: Divulgação)

247 - Rússia, França e China alertaram nesta sexta-feira (3) para as consequências do assassinato em Bagdad do general iraniano Qassem Soleimani, num ataque norte-americano considerado pelos russos como "perigoso" e que pode levar ao "aumento das tensões na região".

"O assassínio de Soleimani (...) é um passo arriscado que levará ao aumento das tensões na região", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, citado pelas agências RIA Novosti e TASS, informa o jornal português Diário de Notícias.

"Soleimani serviu fielmente os interesses do Irão. Oferecemos as nossas sinceras condolências ao povo iraniano", acrescentou o Ministério russo.

A França pediu "estabilidade" no Oriente Médio, após a morte do general, através da secretária de Estado para Assuntos Europeu, Amélie de Montchalin.

"Estamos a acordar num mundo mais perigoso. A escalada militar é sempre perigosa", disse Amélie de Montchalin à rádio RTL.

"Quando essas operações ocorrem, podemos ver claramente que a escalada está em andamento, quando queremos estabilidade e um decréscimo (da escalada) acima de tudo", acrescentou a secretária de Estado francesa.

Por seu lado, a China mostrou "preocupação" e pediu "calma" depois da morte do general Qassem Soleimani.

"Pedimos a todas as partes envolvidas, especialmente aos Estados Unidos, que mantenham a calma e contenção para evitar nova escalada da tensão", disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, aos jornalistas.

"A China há muito tempo que se opõe ao uso da força nas relações internacionais", disse Geng Shuang, pedindo "respeito" pela soberania e integridade territorial do Iraque.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou que o "ciclo de violência, de provocações e de represálias deve cessar. Uma escalada deve ser evitada a todo custo".

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, apelou a "todas as partes" envolvidas que reduzam a tensão após o ataque dos Estados Unidos no Iraque, que provocou a morte do general iraniano Qassem Soleimani.

A Alemanha também expressou a sua "grande preocupação" após a morte do general Qassem Soleimani, pedindo também uma redução na escalada da tensão.

"Nós estamos num nível perigoso da escalada de tensão e agora é importante contribuir para uma redução desta com cautela e contenção", disse Ulrike Demmer, porta-voz da chancelaria alemã, numa conferência de imprensa, apelando para que se procure soluções "através dos canais diplomáticos".

Já a Síria está certa de que essa "agressão covarde norte-americana (...) apenas reforçará a determinação de seguir o exemplo desses líderes da resistência", sublinhou uma fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros em Damasco, citado pela agência Sana.

Por seu lado, o chefe do movimento xiita libanês Hezbollah, um grande aliado do Irã, prometeu "uma justa punição" aos "assassinos criminosos" responsáveis pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

"Trazer a justa punição aos assassinos criminosos (...) será responsabilidade e tarefa de toda a resistência e de todos os combatentes ao redor do mundo", prometeu em comunicado o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que geralmente usa o termo de "resistência" para designar a sua organização e os seus aliados.