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África do Sul: empresa exige que mineiros voltem ao trabalho

Apesar das 44 mortes ocorridas na semana passada, mineradora Lonmin ignora luto e fixa para esta terça-feira prazo para que trabalhadores acabem com a greve

África do Sul: empresa exige que mineiros voltem ao trabalho (Foto: Reuters)
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Da Redação _Sul 21 - Apesar da instituição do luto nacional pelo presidente sul-africano, Jacob Zuma, a mineradora de platina Lonmin fixou para esta terça-feira 21 o prazo para que seus trabalhadores acabem com a greve cuja contenção pela polícia causou 44 mortes e levou 259 mineradores à prisão. A empresa havia decidido demitir aqueles que não retornassem ao trabalho na última sexta-feira 17, porém decidiu estender o prazo devido aos velórios e buscas por desaparecidos.

Em comunicado oficial, a Lonmin afirmou que um terço de seus 28 mil funcionários se apresentaram ao trabalho na manhã desta segunda-feira (20), o que possibilitou à empresa retomar parcialmente suas operações. Enquanto alguns trabalhadores voltarão a trabalhar ou permanecerão em greve de acordo com o movimento aderido pela maioria, outros rechaçam a ideia de volta ao trabalho na terça feira: "Esperar que voltemos ao trabalho é um insulto... Muitos de nossos amigos e colegas estão mortos", sentenciou uma mineiro que não quis se identificar.

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A semana de protestos, na qual 44 pessoas foram mortas ­– entre elas dois policiais que morreram esfaqueados e 34 mineiros que foram assassinados a tiros pela polícia — tem sido considerada por analistas como uma das maiores demonstrações de violência de estado desde o fim do Apartheid em 1994. A polícia sul-africana alega, no entanto, ter agido em legítima defesa. As forças policiais usaram cavalos, armas de fogo e helicópteros contra manifestantes que possuíam facões e, segundo as autoridades, algumas armas de fogo.

Além das baixas, 259 grevistas foram presos e conduzidos ao tribunal de Ga-Rankuwa em Pretória nesta segunda (20) sob acusações que vão de violência pública a assassinato. A próxima audiência está marcada para o próximo dia 27.

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As rusgas entre o Sindicato Nacional de Mineradores (NUM, na sigla em inglês) e a Associação dos Sindicatos de Mineradores e Trabalhadores de Construções (AMCU, na sigla em inglês) segue. Os aproximadamente 3 mil manifestantes ligados à AMCU estão em greve desde 10 de agosto, demandam 300% de reajuste salarial e afirmam que não retornarão ao trabalho até que suas demandas sejam atendidas.

A mineradora diz estar em processo de negociação com a NUM, enquanto a AMCU alega estar sendo deixada de lado pelos patrões que, além de não negociarem com eles, os deixou de fora da última conferência de imprensa na qual anunciou a extensão do prazo para o retorno dos trabalhadores. A AMCU também não teria, a pricípio, direito de barganha com a Lonmin por ter menos de 30% de participação na empresa.

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Também nesta segunda (20), diversos partidos visitaram o local das mortes antes de participarem de um debate parlamentar sobre o incidente para decidirem qual será a reação do parlamento à tragédia de terça-feira. O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, declarou uma semana de luto nacional a partir do dia 20 em memória de todos os sul-africanos mortos em decorrência de violência, especialmente os mineiros da mina de Marikana. Ele também convocou um comissão de inquérito para apurar os acontecimentos da última quinta-feira (16).

com informações da Al Jazeera e do Mail & Guardian

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Governo do país pede mais tempo a grevistas

Agência Brasil – O governo da África apelou à empresa Lonmim, que controla a Mina de Marikana, no Noroeste do país, para suspender o prazo imposto aos trabalhadores para o fim da greve que dura mais de uma semana.

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O governo sul-africano criou uma comissão interministeial de inquérito para investigar as 34 mortes. De acordo com o governo, o primeiro trabalho é apoiar as famílias das vítimas, incluindo apoio para  aconselhamento psicológico e os preparativos e custos dos enterros.

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