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Apagão em Gaza é 'crime contra a humanidade', diz ministro palestino

"Por meio desta medida, que ameaça o trabalho dos serviços humanitários, Israel quer silenciar as nossas vozes e encobrir os crimes que comete na Faixa de Gaza", denuncia

Palestinos recebem ajuda da ONU em Khan Younis (Foto: REUTERS/Mohammed Salem)

Sputnik - Em entrevista à Sputnik, o ministro de Telecomunicações e Tecnologia da Informação da Palestina, Ishaq Sadr, afirmou que o corte das telecomunicações feito por Israel ao enclave da Faixa de Gaza é um "crime contra a humanidade".

"É um crime contra a humanidade que ultrapassa a imaginação humana", declarou Sadr neste sábado (28). "Gaza foi completamente cortada das comunicações internacionais, seja a Internet ou as comunicações móveis ou fixas."

"Por meio desta medida, que ameaça o trabalho dos serviços humanitários, Israel quer silenciar as nossas vozes e encobrir os crimes que comete na Faixa de Gaza."

O ministro ressalta que a destruição das linhas e das rotas internacionais de cabos que ligavam o enclave ao resto do mundo é "um crime proibido internacionalmente".

"Na noite de 21 de outubro de 2023, [as FDI] destruíram as linhas e rotas internacionais que ligavam o setor [Gaza] ao resto do mundo, o que levou à cessação total da comunicação."

Sadr ressaltou que está tentando encontrar maneiras de restabelecer as conexões de telecomunicações com o exterior. Em primeiro momento, ele está conversando com o Dr. Amr Talaat, Ministro das Comunicações e Tecnologia da Informação da República Árabe do Egito.

"Pedi-lhe oficialmente que transferisse a transmissão das redes de telecomunicações egípcias para a fronteira palestina e abrisse o roaming." Deste modo, explica Sadr, os cidadãos palestinos em áreas fronteiriças poderiam receber serviços de telecomunicação através da rede egípcia.

"O ministro egípcio prometeu trabalhar nisso, estamos em contato com o Egito 24 horas por dia até que esta etapa seja implementada e o sofrimento do cidadão palestino seja aliviado, mesmo que parcial e apenas em áreas adjacentes à fronteira egípcia."

Conexão via Starlink

Mais cedo, o bilionário Elon Musk, declarou que sua empresa de telecomunicações via satélite, Starlink, vai fornecer acesso à Internet para organizações internacionais que atuam na Faixa de Gaza, como a Cruz Vermelha, os Médicos Sem Fronteiras, a Organização Mundial da Saúde e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo.

Segundo Sadr, as negociações para o fornecimento de Internet estão em curso desde ontem, mas para que o serviço funcione, é necessário ter acesso a todo equipamento de conexão.

Além disso, a Starlink afirmou ao governo palestino que irá fornecer os equipamentos apenas para as organizações humanitárias internacionais, e não, por exemplo ONGs palestinas.

"Iniciamos o processo de coordenação com o lado egípcio e organismos internacionais para criar uma certa quantidade desse equipamento e entregá-lo à Faixa de Gaza", disse Sadr.