Após calote, Brasil paga metade da dívida com organismos internacionais e assegura direito a voto na ONU
Pagamento de R$ 3,64 bilhões foi feito poucos dias antes de o Brasil assumir uma vaga não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas
247 - O governo Jair Bolsonaro conseguiu quitar metade do calote acumulado de R$ 7,8 bilhões junto a organismos internacionais desde o início do seu mandato. O pagamento, da ordem de R$ 3,64 bilhões, foi feito poucos dias antes de o Brasil assumir uma vaga como membro não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, no último sábado (1), de acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo. A posse foi nesta terça-feira (4). A ONU era um dos organismos internacionais em que o Brasil corria o risco de perder direito a voto por causa dos débitos em aberto.
"Os pagamentos efetuados na última semana de 2021 evitaram perda de voto em diversos organismos internacionais, de que é exemplo mais notório a Organização das Nações Unidas, em cujo Conselho de Segurança o Brasil acaba de voltar a ocupar assento", disse o MInistério das Relações Exteriores em um documento, assinado pelo secretário-geral substituto, Paulino Franco de Carvalho Neto, enviado ao Ministério da Economia.
"O país também manterá sua plena atuação na Organização Mundial do Comércio (OMC), na Organização Internacional do Trabalho (OIT) e na Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), entre outros", diz um outro trecho do documento.
Ainda conforme a reportagem, somente à ONU foram repassados R$ 394,8 milhões. Outros R$ 2,794 bilhões foram destinados à integralização de cotas em instituições como o NDB (Novo Banco de Desenvolvimento, mais conhecido como Banco do Brics). Também foram pagos débitos referentes às contribuições do Tribunal Penal Internacional (TPI), Mercosul e Organização dos Estados Americanos (OEA).
Apesar do desembolso, o Brasil continua inadimplente com outras instituições e organismos internacionais como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o NDB.
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