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Após declaração xenófoba, Merz diz que Lula “terá que aceitar” que Alemanha é um dos países mais lindos do mundo

Após encontro com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, Merz buscou minimizar o impacto das suas declarações

O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz - 21/10/2025 (Foto: REUTERS/Heiko Becker)

247 - O primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, voltou a comentar a polêmica envolvendo seus ataques ao Brasil durante viagem a Belém para a Cúpula dos Líderes, evento que antecede a COP30. A informação é da Folha de S. Paulo.

Merz afirmou que o presidente Lula “terá que aceitar que a Alemanha é um dos países mais lindos do mundo”. A fala surge após ampla repercussão negativa de comentários feitos pelo líder alemão na semana anterior, quando sugeriu que ninguém de sua delegação gostaria de permanecer no Brasil.

Durante um discurso no Congresso Alemão do Comércio, Merz afirmou que jornalistas que o acompanharam ao Brasil ficaram felizes em retornar à Alemanha. “Quem de vocês gostaria de ficar aqui? Ninguém levantou a mão”, declarou, complementando que todos teriam ficado especialmente satisfeitos por deixar “aquele lugar onde estávamos”.

As declarações provocaram reações imediatas de autoridades brasileiras, ambientalistas e até membros da oposição alemã, gerando desgaste diplomático às vésperas da COP30.

Após encontro com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, Merz buscou minimizar o impacto das críticas. “Eu disse que a Alemanha é um dos países mais lindos do mundo, e isso provavelmente o presidente Lula também vai aceitar”, afirmou.

Mais cedo, o governo alemão já havia tentado dissipar a crise. Segundo Stefan Kornelius, porta-voz e secretário de Comunicação, não houve intenção de depreciar Belém ou o Brasil. “Percebo uma certa agitação em torno deste tema que pouco tem a ver com os fatos”, disse, em entrevista com tom ríspido a jornalistas alemães.

Durante evento na terça-feira (18), o presidente Lula rebateu as declarações de Merz argumentando que Merz teria tido outra impressão se tivesse conhecido a cultura local.

“Ele, na verdade, devia ter ido num boteco no Pará. Ele deveria ter dançado no Pará. Ele deveria ter provado a culinária do Pará, porque ele ia perceber que Berlim não oferece pra ele 10% da qualidade que oferece o estado do Pará e a cidade de Belém”, afirmou.

Lula destacou ainda que a COP30 colocou o estado “no mapa global”: “Qualquer parte do mundo sabe hoje que existe o estado do Pará, que existe a cidade de Belém, que é pobre, mas tem um povo generoso como pouca parte do mundo”.

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