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Após ordenar ida dos palestinos para o sul de Gaza, Israel bombardeia a região e força retorno para o norte

Segundo a porta-voz da ONU, palestinos têm dito que, diante dos ataques de Israel às chamadas "zonas seguras", eles "preferem morrer em suas casas"

Após ordenar ida dos palestinos para o sul de Gaza, Israel bombardeia a região e força retorno para o norte (Foto: Reuters)

247 - A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que os palestinos estão retornando à região norte de Gaza, de onde saíram após Israel ordenar a evacuação da região. Isso se deve ao fato de que, mesmo no sul de Gaza, eles continuam a ser alvos de ataques aéreos, relata Jamil Chade, do UOL.

Há uma semana, o governo de Israel havia anunciado sua intenção de lançar um ataque no norte da Faixa de Gaza, solicitando à ONU assistência na evacuação da população palestina. A ONU alertou que essa tarefa seria inviável, uma vez que envolveria mais de um milhão de pessoas. Mesmo assim, milhares de palestinos, por iniciativa própria, deslocaram-se para o sul de Gaza na esperança de encontrar segurança. Entretanto, de acordo com a ONU, parte dessa população continua a ser alvo de ataques, mesmo na região onde se supunha que estivessem protegidos. Na madrugada desta sexta-feira (20), Israel retomou os bombardeios em Gaza, atingindo áreas no sul, onde os palestinos haviam sido aconselhados a buscar abrigo. As autoridades israelenses alegam que mais de 100 alvos foram atingidos, insistindo que se tratava de instalações associadas a grupos terroristas.

A porta-voz da ONU para Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, expressou que os palestinos estão presos em uma situação de "insanidade" e agora estão começando a retornar às suas áreas de origem. "Continuamos muito preocupados com o fato de que os ataques pesados das forças israelenses continuam em Gaza, inclusive no sul. Os ataques, somados às condições de vida extremamente difíceis no sul, parecem ter levado algumas pessoas a voltar para o norte, apesar dos bombardeios pesados que continuam ocorrendo lá", disse a porta-voz, numa coletiva de imprensa nesta manhã em Genebra.

De acordo com as informações de Ravina, palestinos têm compartilhado com a ONU que, diante dos ataques ocorrendo nas chamadas "zonas seguras", eles expressam que "preferem morrer em suas casas".

Um relato inclui a trágica história de um indivíduo que contou à organização que seus sogros, que haviam sido evacuados, tomaram a decisão de retornar à região norte de Gaza. No entanto, na noite passada, eles perderam a vida em um ataque aéreo conduzido por Israel.