"A ordem é resistir para amanhã voltar a lutar pela pátria", diz Evo em carta de renúncia após golpe na Bolívia
Parlamento da Bolívia recebeu nesta segunda-feira (11) a carta de renúncia do presidente Evo Morales. "Minha responsabilidade como presidente indígena e de todos os bolivianos é evitar que os golpistas sigam perseguindo meus irmãos e irmãs dirigentes sindicais, maltratando e sequestrando seus familiares", diz um trecho do documento
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247 com Reuters - O Parlamento da Bolívia recebeu nesta segunda-feira (11) a carta de renúncia do presidente Evo Morales. No texto, obtido pelo jornal "El Deber" e pela agência EFE, o ex-presidente afirma que se retirou do poder devido a "um golpe de estado político cívico policial".
"Minha responsabilidade como presidente indígena e de todos os bolivianos é evitar que os golpistas sigam perseguindo meus irmãos e irmãs dirigentes sindicais, maltratando e sequestrando seus familiares, queimando casas de governadores, de parlamentares e de conselheiros", afirma Evo, na carta.
"A ordem é resistir para amanhã voltar a lutar pela pátria. Nossa ação é e será defender as conquistas de nosso governo. Pátria ou morte!", completa o texto.
Depois de Evo, deixaram o posto o vice-presidente Álvaro García, a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, o vice-presidente do Senado, Rubén Medinacelli, e o titular da Câmara dos Deputados, Víctor Borda.
De acordo com a legislação boliviana, na ausência do presidente e do vice-presidente, o presidente do Senado assumiria provisoriamente. Mas a presidente do Senado, Adriana Salvatierra, também renunciou na noite de domingo.
Parlamentares devem se reunir nesta segunda-feira para chegar a um acordo sobre uma comissão interina ou um parlamentar que assumiria o controle temporário, de acordo com um advogado constitucional.
A senadora de oposição Jeanine Añez, que é segunda vice-presidente do Senado, disse em declarações transmitidas pela televisão que aceitaria a responsabilidade.
“Aceitarei o desafio apenas para o necessário para eleições transparentes, para que os bolivianos tenham certeza de que seu voto será respeitado”, disse Añez em entrevista ao canal de televisão Red Uno, mas não ficou claro quando assumiria.
Sob Morales, a Bolívia registrou uma das mais fortes taxas de crescimento econômico da região e sua taxa de pobreza foi reduzida pela metade, embora a determinação do líder em se apegar ao poder e buscar um quarto mandato tenha afastado muitos aliados, mesmo entre as comunidades indígenas.
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