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Ataque do Hamas é grande golpe no impulso de Biden pela normalização saudita-israelense

A crise coloca em xeque os esforços dos Estados Unidos para promover a normalização entre a Arábia Saudita e Israel

Biden e Mohammed bin Salman (Foto: Reuters)

Sputnik – A campanha do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para alcançar um acordo histórico de paz entre a Arábia Saudita e Israel enfrentou um sério revés com o recente ataque do Hamas. O incidente, que ocorreu em 8 de outubro de 2023, abalou os esforços diplomáticos da administração Biden no Oriente Médio.

Segundo informações do portal Axios, a Casa Branca e a comunidade internacional estão se preparando para uma resposta firme por parte de Israel, que sempre reagiu com determinação a qualquer ataque do Hamas. A expectativa é de que a região possa testemunhar combates prolongados e abrangentes, com os Estados Unidos já posicionando forças de dissuasão na área.

No sábado (7), a Casa Branca e o Departamento de Estado realizaram uma série de telefonemas para países da região, incluindo o Egito, Catar e Turquia, pedindo assistência para acalmar a crise. Os esforços diplomáticos também se concentraram em evitar que a violência se espalhasse para outras partes do Oriente Médio.

O presidente Joe Biden fez uma declaração enfatizando a importância da moderação durante este período tenso: "Deixe-me dizer isto o mais claramente possível. Este não é o momento para qualquer parte hostil a Israel explorar esses ataques para obter vantagens. O mundo está observando."

Apesar do ataque do Hamas, um alto funcionário dos EUA afirmou que Washington está comprometido em continuar os esforços de normalização entre Israel e a Arábia Saudita. "O Hamas e outras organizações terroristas não irão inviabilizar o processo de normalização em que estamos trabalhando — e, de qualquer forma, dissemos que ainda há um caminho a seguir", disse o funcionário de alto escalão do governo norte-americano.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, entrou em contato com vários ministros das Relações Exteriores de países árabes que possuem acordos de paz com Israel, pedindo que condenassem as ações do Hamas. Entre as autoridades contactadas estava o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al Saud. Após a ligação, Bin Farhan afirmou que a Arábia Saudita rejeitava o ataque a civis, mas não condenou o ataque do Hamas.

Antony Blinken tinha planos de viajar para a região em meados de outubro, onde visitaria Israel, Arábia Saudita e Marrocos, segundo autoridades dos EUA e de Israel. No entanto, após os eventos recentes, ainda não está claro se a viagem será mantida. A parada planejada de Blinken no Marrocos estava relacionada a uma cúpula ministerial adiada várias vezes nos últimos meses devido à escalada de violência em Jerusalém, que envolveria Israel e quatro outros países árabes com os quais assinaram acordos de paz, conforme relataram duas autoridades norte-americanas.

A crise desencadeada pelo ataque do Hamas coloca em xeque os esforços dos Estados Unidos para promover a normalização entre a Arábia Saudita e Israel, um objetivo que a administração Biden vinha trabalhando arduamente para alcançar. O Oriente Médio, mais uma vez, se torna um palco de tensões geopolíticas e diplomáticas, com implicações globais significativas. O mundo agora aguarda atentamente os próximos desenvolvimentos e a resposta de todas as partes envolvidas nessa complicada situação.