Aumenta a repressão na Síria

Tropas sírias entraram com tanques e armas de fogo pesado em um vilarejo perto da fronteira com a Turquia neste sábado, depois que o exército reforçou as operações no noroeste do país, onde tem havido intensos conflitos entre militares leais ao ditador Bashar Assad e desertores.

Os Comitês de Coordenação Local, um grupo que documenta protestos contra o governo, informaram que as forças de segurança irromperam em Bdama nesta manhã. O vilarejo fica cerca de 20 quilômetros distante da fronteira com a Turquia.

Na sexta-feira, tropas sírias atacaram Maaret al-Numan, um município na estrada que liga a capital à Aleppo, maior cidade do país. O ataque de hoje aconteceu quase 40 quilômetros ao oeste. Também neste sábado, os comitês elevaram o número de mortos nos protestos pró-democracia de ontem para 19.

O levante popular que já dura três meses na Síria se mostrou surpreendentemente resistente, apesar da implacável repressão por parte do exército, de forças de seguranças difusas e de homens armados pró-regime. Ativistas de direitos humanos disseram que mais de 1.400 sírios foram mortos e outros 10 mil detidos, enquanto o Assad tenta manter o poder.

Bdama fica próxima de Jisr al-Shughour, uma cidade que estava saindo do controle do governo antes de o exército tê-la retomado no último domingo. Ativistas relataram conflitos em Jisr al-Shughour entre tropas leais ao ditador sírio e desertores, que se recusaram a tomar parte na contínua repressão aos protestos que buscam derrubar Assad.

Os combates na região, que começaram quase duas semanas atrás, deslocaram milhares, incluindo algumas das 9.600 pessoas que estão abrigadas em campos de refugiados na Turquia