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Aumentam as tensões entre Síria, Turquia e Rússia

Mais uma vez, os interesses das partes envolvidas na guerra da Síria entraram em conflito em Idlib, o último enclave da oposição e dos grupos extremistas no país árabe

Civis fogem do norte de Idlib para encontrar um lugar seguro na Síria (Foto: Russia Today)
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247 - O último enclave ativo da oposição síria na província de Idlib está passando por uma nova escalada de tensões entre as partes envolvidas no conflito. O presidente sírio, Bashar al Assad, pretende destruir completamente, com o apoio de Moscou, o que resta dos grupos terroristas no país, enquanto Ancara tenta impedir que isto ocorra e até ameaça o governo sírio com uma guerra, destaca o site Russia Today.

Idlib continua sendo uma força essencial da oposição armada síria e de vários grupos terroristas que operam na região. Foi lá que, em 2011, um protesto civil pacífico se transformou em conflito armado, que logo cobriu todo o território da República Árabe da Síria.

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Durante todos os anos da guerra, Idlib nunca esteve sob controle total das forças do governo. Como as outras regiões da Síria foram libertadas de grupos extremistas nos últimos anos, militantes e suas famílias se reuniram nesta área adjacente à fronteira com a Turquia.

Após as negociações de Astana em 2017, nas quais participaram Rússia, Turquia, Irã e representantes da oposição armada síria, decidiu-se converter Idlib e algumas das áreas adjacentes em uma zona de distensão. 

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Em setembro de 2018, a Turquia e a Rússia assinaram um memorando sobre a situação na província. Foi acordado criar faixas desmilitarizadas de aproximadamente 20 quilômetros de largura em torno da zona de distensão de Idlib, que todos os grupos armados, bem como as forças do governo sírio, tiveram que abandonar.

A Rússia prometeu impedir o exército sírio de atacar a província, e a Turquia teve que garantir a retirada de militantes e a eliminação de grupos extremistas associados à Al Qaeda. Para combater esse grupo terrorista, Ancara usou unidades armadas da oposição síria.

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No entanto, no inverno de 2018 e 2019, os mesmos islamitas eliminaram todos os grupos da oposição síria da província, capturando a maioria das cidades e bases.

Em maio de 2019, o Exército Sírio lançou uma ofensiva no sul de Idlib e nas proximidades da província de Hama. Após meses de luta, o distrito foi ocupado por tropas do governo sírio em agosto, com o apoio da aviação russa e das forças especiais.

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Os grupos terroristas sofreram enormes perdas. No entanto, não houve continuação da operação: os presidentes Putin e Erdogan concordaram com um cessar-fogo.

A operação turca contra os curdos

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No outono de 2019, a situação no norte da Síria piorou: desta vez no território controlado pelos curdos. Em outubro passado, o presidente da Turquia anunciou o início no norte da Síria da operação militar "Fonte da Paz", dirigida contra as forças curdas que Ancara considera terroristas.

Até aquele momento, os curdos eram aliados dos EUA na luta contra o Estado Islâmico. No entanto, no início do mesmo mês de outubro, o presidente Donald Trump anunciou a retirada das tropas americanas da região, encerrando assim a aliança com os curdos.

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Os curdos passaram então a buscar a ajuda da Rússia e do governo sírio. As contradições entre Moscou e Ancara foram novamente resolvidas nas conversas entre Putin e Erdogan, realizadas em Sochi.

A última escalada 

Enquanto isso, em janeiro deste ano, as tropas do governo de Bashar Al Assad começaram uma nova ofensiva em Idlib, depois que vários ataques de extremistas deixaram dezenas de mortes entre os militares sírios e a população civil.

No início de fevereiro, as forças do governo chegaram a um importante entroncamento rodoviário: a cidade de Sarakib. Ao norte, começa a fronteira com a Turquia, onde Ancara está construindo novas aldeias para refugiados sírios.

A ofensiva do exército do governo sírio levou a Turquia a intervir. No início de fevereiro, o presidente turco Erdogan enviou tropas adicionais para a região e ameaçou atacar as tropas do governo de Bashar al Assad se, durante este mês, não se retirarem dos postos de controle turcos da região.

Já houve uma série de confrontos entre as forças de Damasco e Ancara, causando várias baixas de ambos os lados. Em particular, em 10 de fevereiro, as forças turcas atacaram 115 objetivos do governo sírio. A operação foi realizada em resposta ao bombardeio sírio de um posto militar turco no noroeste de Idlib, que deixou vários mortos e feridos.

Ameaças de Erdogan

Em 12 de fevereiro, Erdogan declarou que seu exército atacaria as forças do governo sírio "por via aérea ou terrestre" em qualquer lugar do país árabe se qualquer soldado do exército turco fosse ferido. A declaração veio depois que Ancara culpou as tropas de Bashar Al Assad de matarem 14 de seus soldados em um ataque a um posto militar no noroeste de Idlib.

O presidente turco também acusou o governo sírio de atacar a população civil de Idlib para expulsá-la para a fronteira com a Turquia e, assim, "facilitar a conquista da região", enquanto critica Moscou e Teerã por seu apoio a Damasco.

Nesta quarta-feira (19), Erdogan aumentou ainda mais a tensão entre Ancara e Damasco, alertando que uma nova incursão militar turca na cidade síria de Idlib poderia começar a qualquer momento e isto é apenas "uma questão de tempo".

O líder turco disse que "não deixará Idlib ao regime de Assad e seus patrocinadores", em aparente referência à Rússia e ao Irã.

Reação russa

Por seu lado, o Kremlin declarou que o possível início de hostilidades pelas tropas turcas contra o Exército Sírio não favorece a melhoria da situação em Idlib. O porta-voz presidencial Dmitri Peskov classificou "uma operação contra as legítimas Forças Armadas da Síria" como "o pior cenário possível".

A esse respeito, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse em entrevista coletiva na quarta-feira que "as ações das Forças Armadas da Síria são a resposta para graves violações dos acordos de Idlib".

Além disso, Lavrov enfatizou que Damasco está "transferindo militantes e terroristas não para territórios estrangeiros, mas para seus próprios, restaurando assim o controle do legítimo governo da República Árabe da Síria sobre suas terras".

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