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Autoridades argentinas apelam para o descarte de cocaína envenenada: “é fulminante”

As autoridades dizem que a quantidade de pessoas afetadas neste caso pode ser ainda maior que as 20 mortes e mais de 70 internações

Hospital em Hurlingham, na região de Buenos Aires, capital argentina (Foto: Reprodução/Google Street View)

247 - Um homem de cerca de 30 anos chegou carregado a um hospital da província de Buenos Aires no fim da tarde da quarta-feira (2). Ele tinha os mesmos sintomas que as 20 pessoas mortas e as 74 internadas após consumo de suposta cocaína "envenenada" — dificuldades para respirar e para ficar de pé, além de convulsões, segundo relatos de familiares à imprensa local. A reportagem é do portal BBC.

As autoridades dizem que a quantidade de pessoas afetadas neste caso pode ser ainda maior que as 20 mortes e mais de 70 internações divulgadas até o fim desta quarta-feira pela imprensa argentina.

"O que está acontecendo é inédito. Peço a quem comprou (cocaína) nas últimas 24 horas que a descarte. É fulminante. Esta droga tem substância extremamente mortal", disse o secretário de Segurança da província de Buenos Aires, Sergio Berni.

Segundo ele, entre os que consumiram do que chamou de "cocaína envenenada" estão pessoas com diferentes níveis de intoxicação, incluindo "muito graves".

Assessores do governo provincial disseram à BBC News Brasil que não se descartava que "o número de vítimas pudesse ser maior".

O toxicólogo Carlos Damín disse à emissora de televisão TN, de Buenos Aires, que a cocaína costuma ser "adulterada" na Argentina com "talcos e medicamentos anti-inflamatórios".

A partir dos sintomas das vítimas da "cocaína envenenada", Damín deu seu prognóstico: "A cocaína é um estimulante. E tudo indica que, neste caso, foi adulterada com 'opioides', que tem efeito contrário. Por isso, as vítimas apresentam quadro respiratório severo, as pessoas acabam ficando asfixiadas. Pela minha experiência, isto não foi acidental, mas proposital".

O opioide em questão seria o fentanil, de acordo com a imprensa local e fontes do governo provincial. "Ele é mais barato e também mais destrutivo que a cocaína", disse o Alberto Fohrig, especialista no combate ao narcotráfico.

Em comunicado na noite de quarta-feira, a Secretaria de Saúde da província de Buenos Aires informou que havia sido declarado "alerta epidemiológico" e que informações preliminares indicavam que as vítimas sofriam "quadros de intoxicação por opiáceos e se desconhece a existência de outro produto vinculado".

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