Autoridades palestinas comparam impacto de bombardeios em Gaza a duas bombas de Hiroshima

247 - A Organização das Nações Unidas (ONU) está solicitando a instalação de uma investigação sobre as táticas e armamentos utilizados por Israel na região de Gaza, levantando preocupações sobre possíveis manifestações de direito humanitário internacional e crimes de guerra.

De acordo com o jornalista Jamil Chade, em sua coluna no Uol, a mobilização da ONU coincide com a submissão de documentos pela Autoridade Palestina à comunidade internacional, alegando que o volume de bombas lançadas sobre Gaza equivale a praticamente duas ogivas nucleares despejadas sobre Hiroshima ao final da Segunda Guerra Mundial.

Nos bastidores, uma das principais preocupações da ONU é que a ausência de uma investigação envia um sinal de que uma operação militar dessa magnitude pode ocorrer impunemente. Durante uma viagem ao Oriente Médio, Volker Turk, chefe de Direitos Humanos da ONU, condenou os ataques do Hamas contra israelenses, destacando a necessidade de encerrar imediatamente o uso de armas de alto impacto em áreas densamente povoadas.

O governo israelense negou qualquer irregularidade, afirmando que cumpre a lei humanitária internacional. No entanto, a ONU questiona a proporcionalidade e a conformidade com o direito internacional humanitário, monitorando incidentes com elevado número de mortes e ataques em áreas residenciais.

Esta preocupação se estende aos ataques contra hospitais, com ordens de evacuação em alguns casos, levando a sérias consequências no já fragilizado sistema de saúde em Gaza. A ONU enfatiza a necessidade de proteção especial às unidades médicas, enquanto reitera a responsabilidade de Israel em garantir a preservação da vida civil.

Enquanto a ONU instalava uma investigação, a diplomacia palestina revelou dados recentes de que mais de 25 milhões de toneladas de explosivos foram lançadas em Gaza, comparáveis ​​a quase duas bombas nucleares. O documento aponta para a intensidade sem precedentes da campanha de bombardeio, mencionando o uso de fósforo branco, classificado como um crime de guerra por organizações de direitos humanos.