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BCE reduziu ambição de estímulos depois de encontrar oposição

Insinuações do presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi antes do último encontro sobre juros, de que a zona do euro poderia precisar de outra grande injeção de recursos, foram um tiro pela culatra, endurecendo a posição de banqueiros centrais mais conservadores que o criticaram por levantar expectativas muito altas, disseram fontes  

06/12/2012 Francoforte, conferenza stampa al termine del consiglio della Banca Centrale Europea, nella foto il governatore Mario Draghi (Foto: Leonardo Lucena)
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FRANKFURT (Reuters) - Insinuações do presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi antes do último encontro sobre juros na quinta-feira, de que a zona do euro poderia precisar de outra grande injeção de recursos, foram um tiro pela culatra, endurecendo a posição de banqueiros centrais mais conservadores que o criticaram por levantar expectativas muito altas, disseram fontes.

O presidente do BCE e seu economista-chefe Peter Praet alimentaram expectativas com discursos moderados nas semanas antes do encontro, mas o conselho de governadores do banco concluiu que os mercados deveriam ser desapontados desta vez devido à melhoria do cenário econômico e novas projeções de inflação, não tão ruins quando se temia, segundo as fontes.

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Uma esperada alta na taxa de juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve também foi um fator que pesou na decisão, embora em menor extensão, uma vez que os formuladores de política temiam que um movimento maior do BCE poderia enfraquecer mais o euro e possivelmente forçar o Fed a atrasar sua própria ação sobre os juros para prevenir uma divergência tão rápida de política entre os dois maiores bancos centrais do mundo.

O BCE cortou sua taxa de depósitos na quinta-feira e estendeu sua compra mensal de ativos por seis meses para impulsionar uma inflação teimosamente baixa e apoiar o crescimento. Mas os movimentos foram considerados pelo mercado o mínimo possível diante dos sinais anteriores emitidos pelo banco.

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Uma fonte com conhecimento direto da situação interpretou a posição pública de Draghi antes da reunião como uma tentativa de pressionar o comitê de governadores a decidir por uma ação maior.

"Draghi levantou expectativas muito altas, de propósito, e tentou encurralar o conselho de governadores", disse a fonte. "Isso causou problemas e ele foi criticado por isso em privado por diversos governadores".

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Diferentemente do ano passado, quando opositores do relaxamento monetário fizeram pronunciamentos públicos antes da decisão, os favoráveis a menos estímulos atuaram nos bastidores dessa vez.

Os opositores trabalharam para reduzir propostas que saíram das comissões do BCE que preparam as decisões.

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O mercado esperava um aumento de 25 por cento nas compras mensais de ativos e até mesmo uma possível redução ainda maior nas taxas. Opções mais radical sob discussão incluíam a compra de dívida corporativa ou um corte nas taxas de depósito que puniria bancos que deixam muito dinheiro no BCE, disseram fontes à Reuters mais cedo.  

"O que foi adotado, no final, foi o conjunto de opções que poderia obter uma maioria confortável. Algumas mais exóticas obviamente não poderiam, então não foram sequer propostas", disse outra fonte. "Algumas vezes, as discussões nos comitês fornecem um quadro bastante claro".

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Nas últimas semanas antes da reunião do conselho de governadores do BCE, os principais membros do grupo sondam bancos centrais sobre suas opiniões e formulam propostas que sabem que terão um amplo apoio.

"Foi melhor para Mario ter um certo consenso do que empurrar algo que poderia não ser aceito" disse outra fonte.

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Draghi defendeu o pacote de medidas tomadas, argumentando que elas miram as expectativas de inflação e não as projeções do mercado.

"Não há dúvida de que se nós tivéssemos que intensificar o uso de nossos instrumentos para assegurar que vamos atingir os objetivos de nosso mandato, a estabilidade de preços, nós teríamos feito", ele disse na sexta-feira.

O movimento do BCE foi visto por alguns como uma decepção para Draghi, que estabeleceu um histórico de prometer e entregar grandes decisões.

"Como o Fed mais cedo neste ano, o BCE agora conseguiu confundir os mercados e o público. Agora, os mercados vão receber com muito mais cautela e ceticismo do que antes as dicas de Mario Dragui e alguns de seus colegas", disse a corretora Berenberg.

"Até então, Draghi sempre tinha sido visto como perfeito na comunicação. Talvez você não possa ser perfeito o tempo todo", disse uma das fontes.

(Por Balazs Koranyi e John O'Donnell; reportagem adicional de Paul Taylor)

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