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Berlusconi pode levar caso Battisti ao Tribunal de Haia

Contrariado com a libertao do ativista no Brasil, primeiro-ministro italiano diz que acionar instncias judiciais para reverter deciso

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Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – Poucos minutos após a saída do ex-ativista italiano de extrema esquerda da prisão perto de Brasília, a ministra da Juventude italiana, Giorgia Meloni, denunciou energicamente a atitude do Brasil. "A liberdade de Cesare Battisti é uma énésima humilhação para suas vítimas", diz ela. Ele foi condenado à prisão perpétua na Itália em 1993 pelos assassinatos de dois policiais, de um joalheiro e de um açougueiro, cometidos entre 1977 e 1979. Em seguida, o chefe de Estado italiano, Silvio Berlusconi, expressou em uma comunicado a "forte amargura" de seu país e indicou que Roma pretende contestar a decisão junto ao tribunal internacional de justiça de Haia, na Holanda. "A Itália continuará sua ação e acionará as instâncias judiciais oportunas para assegurar o respeito dos acordos internacionais que vinculam os dois países, unidos por laços históricos de amizade e solidariedade", continuou Berlusconi. O tom cortês, no entanto, não esconde a crise diplomática que se instaurou entre as duas nações desde a prisão de Battisti.

O Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiu ontem colocar um fim no calvário de Cesare Battisti que já perdurava por 30 anos, depois de um debate tempestuoso de seis horas. "O que está em jogo aqui é a soberania nacional. É muito simples. O Tribunal, por si só, decidiu que o Presidente da República tem o poder de veto", afirmou o juiz Luiz Fux ao justificar seu voto contra a extradição.

Preso em seu país em 1979, quando fazia campanha no pequeno grupo dos proletários armados para o Comunismo (PAC), Cesare Battisti foi condenado a 12 anos de prisão. Ele escapou em 1981 e, em seguida, começou uma fuga pelo México, pela França -onde se tornou um escritor de livros policiais - e finalmente pelo o Brasil. O fugitivo entrou ilegamente no País em setembro de 2004 com um passaporte falso, um documento que, segundo ele, foi conseguido pelos agentes secretos franceses ligados ao governo de François Mitterand. O italiano só foi preso em 2007, no Rio de Janeiro. Desde então, Roma pede sua extradição. Em 2009, o Tribunal concordou em extraditar Battisti, mas em uma decisão controversa, deixou a palavra final ao então presidente do Brasil. Por sua vez, Lula recusou a extraditar Battisti dando início a uma batalha diplomática entre Brasília e Roma. Os apelos de Berlusconi não surtiram nenhum efeito. Desde a meia-noite, o italiano está em liberdade.

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