Bolsonaro será denunciado na ONU por apoiar ditaduras
A OAB e o Instituto Vladimir Herzog farão uma denúncia formal do governo de Jair Bolsonaro na ONU na próxima terça-feira pelos retrocessos à democracia e por fazer apologia às ditaduras. Não há precedente para o gesto: nunca antes um presidente eleito foi denuciado às Nações Unidas
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247 - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Instituto Vladimir Herzog farão uma denuncia formal do governo de Jair Bolsonaro na ONU na próxima terça-feira ( pelos retrocessos à democracia e por fazer apologia às ditaduras. Não há precedente para o gesto Nunca antes um presidente brasileiro eleito foi denuciado à ONU.
A denúncia será feita no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, que tem a ex-presidente chilena Michelle Bachelet como Alta Comissária. Ela foi agredida de maneira monstruosa por Bolsonaro nesta quarta-feira (4).
Em resposta a uma entrevista de Bachelet na qual ela manifestou preocupação com a situação dos direitos humanos no Brasil, Bolsonaro elogiou a tortura e morte do pai da ex-presidene pelo regime sanguinário de Augusto Pinochet, afirmou que o Chile "só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973" e disse que a ex-presidente está "seguindo a linha" do presidente da França, Emmanuel Macron, tentando se "intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira" ao falar de direitos humanos (aqui).
O ataque mereceu repúdio em todo o planeta, até de aliados seus, como o direitista presidente atual do Chile, Sebastián Piñera, respondeu a Bolsonaro de maneira contundente. “Não concordo, em absoluto, com a declaração feita por Bolsonaro a respeito de uma ex-presidente do Chile e, especialmente, a um tema tão doloroso quanto a morte de seu pai”, disse Piñera em pronunciamento em vídeo:
A iniciativa já estava sendo planejada pela OAB e Instituto Vladimir Herzog antes mesmo dos ataques do presidente brasileiro a Baxchelet. Ganhou mais força agora. O diretor-executivo do Instituto Herzog, Rogério Sottili, disse ao jornalista Jamil Chade que "que temos é a desconstrução dos marcos legais e a desobediência do estado a tratados internacionais e leis internas".
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