TV 247 logo
      HOME > Mundo

      Carta de Lenin ao Comitê Central dos Bolcheviques

      No dia 24 de outubro de 1917 no calendário juliano (6 de novembro no calendário gregoriano), o líder Vladimir Lenin convocava os revolucionários a derrubar o governo provisório e tomar o poder; leia a íntegra 

      No dia 24 de outubro de 1917 no calendário juliano (6 de novembro no calendário gregoriano), o líder Vladimir Lenin convocava os revolucionários a derrubar o governo provisório e tomar o poder; leia a íntegra  (Foto: Aquiles Lins)
      Aquiles Lins avatar
      Conteúdo postado por:

      Blog de Canhota - No dia 24 de outubro de 1917 no calendário juliano (6 de novembro no calendário gregoriano), Lenin convocava os revolucionários a derrubar o governo provisório e tomar o poder.

      "Camaradas,

      Escrevo estas linhas na noite do dia 24. A situação é extremamente crítica. Na verdade, é absolutamente claro agora que retardar a insurreição seria fatal.

      Com todo o meu poder, insisto aos camaradas que percebam que agora tudo está por um fio; de que enfrentamos questões que já não se resolvem com conferências nem com congressos (mesmo congressos dos sovietes), mas exclusivamente pelos povos, pelas massas, pela luta do povo armado.

      A investida burguesa dos kornilovistas e a destituição de Verkhóvski mostram que não se pode esperar. É necessário, custe o que custar, hoje à noite, hoje de madrugada, prender o governo, depois de ter desarmado os cadetes (depois de os vencer, se resistirem), etc.

      Não podemos esperar! Podemos perder tudo!

      O valor da tomada imediata do poder vai ser a defesa do povo (não do congresso, mas do povo, do exército e dos camponeses em primeiro lugar) contra o governo kornilovista, que despediu Verkhóvski e urdiu uma segunda conspiração kornilovista.

      Quem deve tomar o poder?

      Isto agora não é importante: que o tome o Comitê Militar Revolucionário "ou alguma outra instituição" que declare que só entregará o poder aos verdadeiros representantes dos interesses do povo, dos interesses do exército (proposta de paz imediata), dos interesses dos camponeses (deve-se tomar a terra imediatamente, abolir a propriedade privada), dos interesses dos famintos.

      É necessário que todos os bairros, todos os regimentos, todas as forças sejam imediatamente mobilizados e que enviem sem demora delegações ao Comitê Militar Revolucionário, ao Comitê Central dos bolcheviques, exigindo insistentemente: não deixar em caso algum o poder nas mãos de Kérenski e cia. até 25, de modo nenhum; decidir a questão obrigatoriamente hoje à noite ou de madrugada.

      A história não perdoará revolucionários por procrastinarem quando podem vencer hoje (e seguramente vencerão hoje), enquanto arriscam a perder muito amanhã, arriscam perder tudo.

      Tomando o poder hoje não o tomaremos contra os sovietes, mas para eles.

      A tomada do poder é a obra da insurreição; o seu objetivo político esclarece-se depois da tomada.

      Seria ruína ou mera formalidade esperar a votação indecisa de 25 de outubro. O povo tem o direito e é obrigado a resolver tais questões não pelo voto, mas pela força; o povo tem o direito e é obrigado, nos momentos críticos da revolução, a dirigir os seus representantes, mesmo os seus melhores representantes, e não a esperar por eles.

      Assim o demonstrou a história de todas as revoluções, e seria um crime imenso dos revolucionários perder o momento, sabendo que deles depende a salvação da revolução, a proposta da paz, a salvação de Petrogrado, a salvação da fome, a entrega da terra aos camponeses.

      O governo vacila. É preciso acabar com ele custe o que custar.

      Retardar a ação é fatal."No dia 24 de outubro de 1917 no calendário juliano (6 de novembro no calendário gregoriano), Lenin convocava os revolucionários a derrubar o governo provisório e tomar o poder. -

      "Camaradas,

      Escrevo estas linhas na noite do dia 24. A situação é extremamente crítica. Na verdade, é absolutamente claro agora que retardar a insurreição seria fatal.

      Com todo o meu poder, insisto aos camaradas que percebam que agora tudo está por um fio; de que enfrentamos questões que já não se resolvem com conferências nem com congressos (mesmo congressos dos sovietes), mas exclusivamente pelos povos, pelas massas, pela luta do povo armado.

      A investida burguesa dos kornilovistas e a destituição de Verkhóvski mostram que não se pode esperar. É necessário, custe o que custar, hoje à noite, hoje de madrugada, prender o governo, depois de ter desarmado os cadetes (depois de os vencer, se resistirem), etc.

      Não podemos esperar! Podemos perder tudo!

      O valor da tomada imediata do poder vai ser a defesa do povo (não do congresso, mas do povo, do exército e dos camponeses em primeiro lugar) contra o governo kornilovista, que despediu Verkhóvski e urdiu uma segunda conspiração kornilovista.

      Quem deve tomar o poder?

      Isto agora não é importante: que o tome o Comitê Militar Revolucionário "ou alguma outra instituição" que declare que só entregará o poder aos verdadeiros representantes dos interesses do povo, dos interesses do exército (proposta de paz imediata), dos interesses dos camponeses (deve-se tomar a terra imediatamente, abolir a propriedade privada), dos interesses dos famintos.

      É necessário que todos os bairros, todos os regimentos, todas as forças sejam imediatamente mobilizados e que enviem sem demora delegações ao Comitê Militar Revolucionário, ao Comitê Central dos bolcheviques, exigindo insistentemente: não deixar em caso algum o poder nas mãos de Kérenski e cia. até 25, de modo nenhum; decidir a questão obrigatoriamente hoje à noite ou de madrugada.

      A história não perdoará revolucionários por procrastinarem quando podem vencer hoje (e seguramente vencerão hoje), enquanto arriscam a perder muito amanhã, arriscam perder tudo.

      Tomando o poder hoje não o tomaremos contra os sovietes, mas para eles.

      A tomada do poder é a obra da insurreição; o seu objetivo político esclarece-se depois da tomada.

      Seria ruína ou mera formalidade esperar a votação indecisa de 25 de outubro. O povo tem o direito e é obrigado a resolver tais questões não pelo voto, mas pela força; o povo tem o direito e é obrigado, nos momentos críticos da revolução, a dirigir os seus representantes, mesmo os seus melhores representantes, e não a esperar por eles.

      Assim o demonstrou a história de todas as revoluções, e seria um crime imenso dos revolucionários perder o momento, sabendo que deles depende a salvação da revolução, a proposta da paz, a salvação de Petrogrado, a salvação da fome, a entrega da terra aos camponeses.

      O governo vacila. É preciso acabar com ele custe o que custar.

      Retardar a ação é fatal."

       

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: