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CEO brasileiro na mira do governo da França

Carlos Ghosn, todo poderoso da Renault, pode ter de engolir nmero 2 indicado por Sarkozy

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Roberta Namour, correspondente Brasil em Paris _ Quem vai substituir Patrick Pélata, diretor geral da Renault que teve a cabeça sacrificada após o falso caso de espionagem que abalou a montadora ? O governo da França pode ter a resposta. Segundo o jornal Les Échos, o Elysée quer comandar uma reforma radical na direção da empresa com a saída do número dois do comando. Esse seria o motivo da demora em escolher um candidato para assumir o posto de Pélata.

Há algumas semanas, o CEO Carlos Ghosn vem empurrando seu escolhido : Carlos Tavares, atual chefe de atividades da Nissan nos Estados Unidos. O engenheiro formado pela Escola Central de Paris, que passou quase 25 anos na Renault e em 2004 assumiu o posto na parceira japonesa, esteve à altura de quase todas as etapas. Ele também conta com o apoio de boa parte dos membros do conselho de administração. Mas o anúncio de sua nominação foi reportado. Oficialmente, o motivo alegado pelo atraso foi as constantes viagens de Ghosn, nesse momento em Tóquio para apresentar os resultados anuais da Nissan. Mas nos bastidores, o caso parece mais complexo.

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A nomeação de um candidato estaria condicionada com a relação do grupo com o Estado. Nas últimas semanas, Carlos Tavares teve dois encontros no Elysée – no dia 9 de maio, foi recebido por Eric Besson, ministro da Indústria, e no dia 20 de maio, conversou com Christine Lagarde, ministra da Economia e Finanças. O Estado quer usar sua influencia para participar da escolha de um novo executivo e assim limitar o poder de Carlos Ghosn, que possui capital suficiente para tomar decisões sem se reportar ao seu acionista majoritário.

Proprietário de 15% das ações do grupo, o governo tem sugerido varios caminhos. As funções ocupadas por Patrick Pélata poderiam ser repartidas entre outros executivos. Ou ainda, o futuro número dois poderia ocupar igualmente um lugar no conselho de administração e se beneficiar de um título que o desse garantia de uma maior autonomia junto a Carlos Ghosn – o que faria dele o sucessor designado do atual CEO.

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De imediato, o governo analisa as propostas o chefe da montadora. O anúncio da nominação de um diretor geral adjunto poderia demorar ainda uma semana. Em contrapartida, a longo prazo, o chefe de Renault parece pronto a ceder espaço a entrada de um sangue novo na empresa, mas ele não pensa em fazê-lo antes de 2014, nem em permitir o acesso do número dois imediatamente ao conselho.

O CEO sempre manteve uma relação tensa com o governo francês. A ajuda fornecida pelo Estado durante a crise financeira, assim como o apoio para o desenvolvimento do carro elétrico foram considerados providenciais por Ghosn para a Renault. Mas o poder público o acusa de tentar regularmente diluir sua parte no capital da empresa. Além disso, o Estado considera o executivo responsável pelo escândalo do falso caso de espionagem. Três pessoas foram acusadas de receber dinheiro de uma fonte estrangeira em troca de informações estratégicas para a empresa, no que foi considerado um complô internacional pela Renault. Mas a direção da montadora teve de reconhece publicamente seu erro.

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