Chanceler iraniano pede que EUA parem de chorar "lágrimas de crocodilo" pela morte de Mahsa Amini
Mahsa Amini, 22, morreu depois de ser levada a uma delegacia de polícia em Teerã pela patrulha da Polícia Moral
247 - O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, pediu na terça-feira aos Estados Unidos que removam seu "terrorismo econômico" contra os iranianos, em vez de chorar "lágrimas de crocodilo" pela morte de Mahsa Amini.
A mulher de 22 anos morreu depois de ser levada a uma delegacia de polícia em Teerã pela patrulha da Polícia Moral para participar de uma aula de educação e orientação sobre padrões de vestimenta. A polícia alegou que Amini "de repente teve um problema cardíaco" enquanto estava detida, negando as acusações de que ela foi espancada por policiais.
A morte provocou protestos inflamados no país. Manifestantes em Sanandaj, capital da província do Curdistão do Irã, gritaram slogans como “morte ao ditador” e “morte a Khamenei” --contra o líder supremo Ali Khamenei--, e derrubaram uma faixa do comandante morto pelos EUA Qassem Soleimani, segundo mostram vídeos que circulam nas redes. Algumas mulheres removeram seus lenços durante os protestos em Saqqez, a cidade natal de Amini, também na província do Curdistão. Grupos de direitos humanos disseram que três pessoas foram mortas na segunda-feira quando forças de segurança abriram fogo.
Amir-Abdollahian tuitou que uma investigação foi lançada sobre a "morte trágica".
O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, havia tuitado que "continuaremos responsabilizando as autoridades iranianas por tais abusos de direitos humanos", com Amir-Abdollahian respondendo que as autoridades dos EUA viam os direitos humanos como "uma ferramenta contra adversários".
"Em vez de derramar lágrimas de crocodilo, os EUA devem acabar com o terrorismo econômico" contra os iranianos, rebateu ele.
O presidente iraniano, Seyed Ebrahim Raisi, em conversa telefônica realizada no domingo com a família da falecida, expressou suas mais profundas condolências pelo ocorrido e assegurou que prosseguirá com o caso até que todas as suas dimensões sejam esclarecidas.
“Fiquei sabendo desse incidente durante minha viagem ao Uzbequistão e imediatamente ordenei aos meus colegas que investigassem o assunto de maneira especial. Garanto-vos que exigirei esta questão às instituições responsáveis para que sejam esclarecidas as suas dimensões”, declarou o presidente, segundo o seu site oficial.
No telefonema, a família da falecida agradeceu ao presidente por ter telefonado e manifestado suas condolências, e solicitou que o assunto seja acompanhado completamente, segundo agências iranianas.
