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China espera maior cooperação com o Brasil e formação de "clube da paz" para encerrar guerra na Ucrânia

Potência asiática também espera que o encontro entre os presidentes Lula e Xi Jinping marque a adesão do Brasil à Iniciativa do Cinturão e Rota

Lula e Xi Jinping (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Reuters)
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Por Yang Sheng e Liu Caiyu, do Global Times – Depois de se recuperar de uma pneumonia, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva visitará a China de terça a sexta-feira, e especialistas disseram que a visita elevará muito os laços bilaterais a um nível mais alto com uma cooperação mais abrangente não apenas em áreas tradicionais como comércio e investimento, mas também também áreas como finanças, antipobreza, cooperação sob a estrutura da Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI), bem como mediação conjunta sobre a crise mundial na Ucrânia.

Analistas da China e do Brasil ficaram surpresos que a visita pudesse ser remarcada tão cedo, e isso prova que ambos os governos têm grande sinceridade e forte motivação para promover ainda mais sua parceria estratégica abrangente e formar novas certezas com seus esforços para superar a crescente incertezas no cenário internacional.

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O Brasil é um dos poucos países que ainda não aderiram ao BRI proposto pela China. Ao responder a uma pergunta sobre se a próxima visita veria a China e o Brasil assinarem um acordo para a cooperação da BRI, Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse na segunda-feira que "a BRI é uma iniciativa de cooperação completamente aberta e transparente. dispostos a trabalhar com todos os membros da comunidade internacional, promover conjuntamente a cooperação para a construção do Cinturão e Rota e pagar nossos esforços para promover o desenvolvimento conjunto de todos os países."

Guo Cunhai, especialista em estudos latino-americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse ao Global Times na segunda-feira que "se a viagem de Lula pode fazer o Brasil ingressar formalmente no BRI, significa que haverá 22 países latino-americanos formalmente na China iniciativa proposta, o que tem um grande significado para mostrar que a iniciativa é muito bem-vinda no continente."

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Em 2022, a Argentina assinou um memorando de entendimento sobre cooperação no âmbito do BRI. Se o Brasil aderir à iniciativa desta vez, isso significa que o BRI cobriu efetivamente a maior parte da América do Sul, disse Guo. "Isso seria simbólico."

Além da cooperação do BRI, o acordo de compensação de yuans anunciado anteriormente entre a China e o Brasil também é um sinal significativo para o mundo de que, como duas grandes economias em ascensão e dois países do BRICS, a China e o Brasil estão determinados a impulsionar a recuperação pós-pandemia juntos e obter livrar das incertezas e interrupções criadas pelos EUA e alguns de seus aliados, e também eliminar gradualmente a dependência do dólar americano para comércio e investimento internacional, disseram analistas.

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Além disso, Wang disse que a China encoraja e apóia todos os esforços para ajudar a encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia. "Estamos dispostos a trabalhar com todos os membros da comunidade internacional, incluindo o Brasil, para continuar desempenhando um papel construtivo na promoção de uma solução política para a crise na Ucrânia", disse Wang.

Lula proporá um "clube da paz" com a China para mediar o fim do conflito na Ucrânia quando visitar a China, informou o Financial Times em 24 de março, antes de o presidente brasileiro cancelar sua viagem no mês passado devido a um problema de saúde.

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"Estamos muito interessados em promover ou ajudar a gerar algum tipo de encontro que leve a um processo de paz", disse Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, ao Financial Times em entrevista. "O presidente disse tantas vezes que ouve muito sobre a guerra, mas muito poucas palavras sobre a paz. Ele está interessado em conversas sobre a paz."

Guo disse que a China e o Brasil são grandes potências neutras reais com influência global que podem resistir à pressão para manter a tomada de decisão independente para a diplomacia, e a ideia do presidente Lula de um "clube da paz" é trazer mais países neutros para cooperar na mediação, e o Brasil reconheceu o papel construtivo da China em ajudar na solução política da crise, por isso é muito provável que os dois lados tenham uma coordenação e cooperação mais estreitas na mediação para a crise na Ucrânia.

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Além desses campos estratégicos, é provável que os dois lados também realizem cooperação em indústrias verdes, agricultura e proteção ambiental, disseram especialistas. Como a China está buscando "cadeias de suprimentos verdes" para se conectar com outros países para o comércio agrícola, um especialista brasileiro que está visitando a China acredita que isso trará grandes oportunidades para o Brasil.

Larissa Wachholz, pesquisadora sênior do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, disse ao Global Times na segunda-feira que o Brasil tem muitas tecnologias que levam a menores emissões de dióxido de carbono que poderiam ser implementadas no setor agrícola, "então, por exemplo, baixo a agricultura de carbono é um tópico que fará parte das conversas entre os dois lados no futuro."

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Wachholz, também ex-assessor especial para assuntos da China do Ministério da Agricultura do Brasil de 2019 a 2021, disse que se as empresas chinesas quiserem explorar o mercado latino-americano, elas podem usar o Brasil como um centro de produção e distribuição e, portanto, reduzir suas precisa emitir carbono no transporte marítimo.

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