Coalizão austríaca confirma ascensão da extrema-direita na Europa
Desde a virada do século XXI, a extrema-direita vem ganhando terreno na europeia. As eleições nacionais de 2017 confirmaram a tendência na França, na Alemanha, na Áustria e na Holanda; o sucesso dos partidos populistas, eurocéticos e hostis à imigração, acelera a recomposição do cenário político, gerando, ao mesmo tempo, atritos entre os próprios extremistas, divididos por ideologias mais ou menos radicais
247 - Desde a virada do século XXI, a extrema-direita vem ganhando terreno na europeia. As eleições nacionais de 2017 confirmaram a tendência na França, na Alemanha, na Áustria e na Holanda. O sucesso dos partidos populistas, eurocéticos e hostis à imigração, acelera a recomposição do cenário político, gerando, ao mesmo tempo, atritos entre os próprios extremistas, divididos por ideologias mais ou menos radicais.
Na Holanda, o Partido da Liberdade (PVV) de Geert Wilders tornou-se, em março, a segunda força do parlamento, atrás dos Liberais, com 20 das 150 cadeiras. Na França, a presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen (foto), chegou ao segundo turno das eleições presidenciais, dobrando o número de votos que se pai, Jean-Marie Le Pen, havia alcançado em 2002. Outro choque foram as eleições legislativas alemães de setembro com a surpreendente ascensão da extrema-direita, o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), que entrou no Bundestag com 16,6% dos votos, contra 4,7% nas eleições de 2014.
O Partido da Liberdade da Áustria, (FPO), o mais velho da família nacionalista europeia, recebeu, nas eleições de 15 de outubro, um número de votos muito próximo do seu recorde histórico (26%), permitindo-lhe, agora, nomear três ministros (Interior, Defesa e Relações Exteriores) no novo governo de coalizão com os conservadores do Partido Popular Austríaco (OVP).O sucesso da extrema-direita em países prósperos como a Alemanha e a Áustria confirma as análises que mostram, há décadas, que a imigração é uma preocupação-chave do eleitorado de extrema-direita. Esses partidos questionam o custo da integração dos recém-chegados. Marginalizar, copiar ou cooperar? O que podem fazer os outros partidos, sobretudo os conservadores, perante o ressurgimento da extrema-direita? Como se adaptar a este novo cenário, que, na teoria, reflete uma tendência real do eleitorado?
Na Áustria, o Partido Popular Austríaco, pautou a sua campanha na segurança, na luta contra a imigração, na posição do islamismo na sociedade austríaca, fator que facilitou, agora, a aliança do seu partido com a extrema-direita. Na Hungria, a política cada vez mais xenófoba do conservador Viktor Orban, permite, paradoxalmente, que o partido de extrema-direita Jobbik, que passou a moderar o seu discurso, se apresente agora como principal alternativa a Orban.
Na França, as alianças com a extrema-direita ainda são um tabu entre os partidos conservadores, assim como na Alemanha e na Holanda. Mas a direita francesa acaba de eleger um novo líder, o quarentão Laurent Wauquiez, que já foi acusado de se aproximar da pauta extremista da Frente Nacional de Marine Le Pen.
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