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      Comitê explica o porquê do boicote a Israel

      Segundo Mahmoud Nawajaa, coordenador-geral do Comitê Nacional Palestino de BDS - Boicotes, Desinvestimento e Sanções, movimento não promove o boicote a indivíduos, mas a instituições conectadas com as políticas ilegais de Israel; eles pedem o fim da ocupação dos territórios palestinos e o desmonte do muro; direitos iguais para os palestinos cidadãos de Israel; e o respeito e promoção do direito de retorno dos refugiados palestinos

      Segundo Mahmoud Nawajaa, coordenador-geral do Comitê Nacional Palestino de BDS - Boicotes, Desinvestimento e Sanções, movimento não promove o boicote a indivíduos, mas a instituições conectadas com as políticas ilegais de Israel; eles pedem o fim da ocupação dos territórios palestinos e o desmonte do muro; direitos iguais para os palestinos cidadãos de Israel; e o respeito e promoção do direito de retorno dos refugiados palestinos (Foto: Roberta Namour)
      Roberta Namour avatar
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      247 – O coordenador-geral do Comitê Nacional Palestino de BDS - Boicotes, Desinvestimento e Sanções, Mahmoud Nawajaa, explica o porquê da defesa do boicote à Israel. 

      Roger Waters, compositor inglês e ex-Pink Floyd, enviou uma carta para o comitê nacional palestino da BDS, pedindo que os cantores Caetano Veloso e Chico Buarque cancelem show em Israel.

      “O movimento não promove o boicote a indivíduos, mas a instituições conectadas com as políticas ilegais de Israel”, diz. Eles pedem o fim da ocupação dos territórios palestinos e o desmonte do muro; direitos iguais para os palestinos cidadãos de Israel; e o respeito e promoção do direito de retorno dos refugiados palestinos.

      Leia abaixo o artigo 'BDS: liberdade, igualdade e justiça'

      O movimento BDS (Boicotes, Desinvestimentos e Sanções) promove o veto a instituições ligadas às políticas ilegais de Israel, e não a indivíduos

      Os pedidos para que Caetano Veloso e Gilberto Gil cancelem seu show em Israel ecoam cada vez mais fortes. Há alguns dias, os artistas iniciaram sua turnê em Amsterdã, a poucos quilômetros da Corte Internacional de Justiça, em Haia.

      A coincidência vai além da geografia: há 11 anos a Corte emitiu um parecer considerando o muro construído por Israel na Cisjordânia ocupada como ilegal e ressaltou o dever da comunidade internacional em garantir o cumprimento por Israel de suas obrigações com o direito internacional, não sendo permitido aos Estados aceitar ou colaborar com as violações israelenses.

      Entretanto, Estados e instituições continuam cooperando ou financiando entidades envolvidas nessas ilegalidades. Diante da inação de governos, tem cabido à sociedade civil internacional --em resposta a amplo chamado da sociedade civil palestina, no exílio inclusive-- buscar justiça, igualdade e liberdade por meio de pressão não violenta a Israel em respeito ao direito internacional.

      Assim, o movimento de Boicotes, Desinvestimento e Sanções (BDS) reivindica, há dez anos, o cumprimento de três obrigações imputadas a Israel: o fim da ocupação dos territórios palestinos e o desmonte do muro; direitos iguais para os palestinos cidadãos de Israel; e o respeito e promoção do direito de retorno dos refugiados palestinos.

      Em nível comercial, militar e cultural, o BDS cresce e é impactante. Recente relatório da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) aponta queda de 46% dos investimentos internacionais em Israel em 2014, especialmente pelo impacto do BDS no país.

      Diversas empresas, israelenses e internacionais, ligadas às violações israelenses do direito internacional, têm sofrido o impacto do BDS. A G4S, maior empresa de segurança privada do mundo, também presente no Brasil, provê serviços e equipamentos a prisões israelenses contrariando as Convenções de Genebra, e perdeu seu contrato com o Parlamento Europeu em 2012.

      No Rio Grande do Sul, o BDS conquistou a suspensão de um acordo entre o governo gaúcho e a israelense Elbit Systems, uma das responsáveis pela construção do muro ilegal na Cisjordânia e produtora de drones utilizados em ataques a Gaza.

      O movimento também avança cada vez mais em âmbito cultural. A Bienal de São Paulo, por exemplo, desvinculou o financiamento do Consulado de Israel de sua última edição depois de carta de 55 artistas participantes do evento opondo-se ao vínculo. Entre os muitos artistas que já cancelaram shows em Israel estão Lauryn Hill, Roger Waters, Snoop Dogg, Carlos Santana, Coldplay, e Elvis Costello.

      O crescente impacto do BDS é reconhecido inclusive por opositores do movimento: Shabtai Shavit, ex-chefe do serviço de inteligência israelense, a Mossad, recentemente escreveu que o BDS "tem crescido, e muitos judeus são membros".

      Em 2014, mais de 300 judeus sobreviventes e descendentes de vítimas do Holocausto lançaram uma nota condenando o massacre a Gaza e pedindo um amplo boicote econômico, acadêmico e cultural a Israel.

      Evidentemente, o BDS é fundamentalmente antirracista e se opõe a qualquer forma de discriminação e opressão, incluindo o antissemitismo e a islamofobia. O movimento não promove o boicote a indivíduos, mas a instituições conectadas com as políticas ilegais de Israel.

      Ressaltar a diversidade religiosa dos apoiadores do movimento BDS nem sequer seria necessário, não fosse a desinformação de uns e a desonestidade intelectual de outros que insistem em tentativas frustradas de associar tanto as políticas de um Estado como as críticas a essas políticas a uma ou a outra religião.

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