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Confronto deixa ao menos 51 mortos no Egito

Manifestantes islâmicos insatisfeitos com a deposição do presidente Mohamed Mursi disseram ter sido alvejados por militares durante as preces matinais no quartel do Cairo onde ele está preso; na versão dos militares, um "grupo terrorista" tentou invadir o quartel da Guarda Republicana; islamistas convocam rebelião

Confronto deixa ao menos 51 mortos no Egito (Foto: Khaled Abdullah)
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Por Tom Perry e Alexander Dziadosz

CAIRO, 8 Jul (Reuters) - Chegaram a 51 o número de pessoas mortas nesta segunda-feira, quando manifestantes islâmicos insatisfeitos com a deposição do presidente Mohamed Mursi disseram ter sido alvejados por militares durante as preces matinais no quartel do Cairo onde ele está preso.

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De acordo com a versão dos militares, um "grupo terrorista" tentou invadir o quartel da Guarda Republicana, deixando um militar morto e 40 feridos. Uma fonte militar disse que os soldados reagiram ao ataque.

Os serviços de emergência disseram que mais de 320 pessoas ficaram feridas, numa grave escalada da crise política egípcia. A Irmandade Muçulmana, que dava sustentação a Mursi, convocou seus partidários a se rebelarem contra o Exército, que na quarta-feira destituiu Mursi em um golpe com amplo apoio popular.

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Em um hospital próximo à mesquita Rabaa Addawia, onde os islamitas acampam desde a deposição de Mursi, as salas estavam abarrotadas de pessoas feridas nos confrontos. Havia lençóis manchados de sangue, e equipes médicas se apressavam para atender as vítimas.

Em reação à violência, o partido islâmico ultraconservador Nour, que inicialmente apoiou a intervenção militar, decidiu abandonar as negociações, ora paralisadas, para a formação de um governo provisório que comande a transição até novas eleições.

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Os militares argumentam que a deposição de Mursi não foi um golpe de Estado, pois estaria atendendo aos anseios de milhões de egípcios que saíram às ruas em 30 de junho exigindo a renúncia de Mursi, primeiro presidente eleito livremente na história egípcia.

Confrontos entre apoiadores e oponentes de Mursi continuam acontecendo no Cairo, em Alexandria e outras cidades. Pelo menos 35 pessoas morreram na sexta-feira e sábado.

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A crise deixa o mais populoso país árabe, com 84 milhões de pessoas, em uma situação delicada, com o risco de maior polarização política e agravamento da crise econômica.

Exceto pelo confronto no quartel da Guarda Republicana, o ambiente no resto do Cairo é de relativa calma, mas veículos blindados interditam pontes sobre o Nilo, sobre as quais houve incidentes graves nos últimos dias.

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A negociação para a formação do novo governo já estava complicada antes do confronto na segunda-feira, pois o Partido Nour havia rejeitado dois candidatos liberais ao cargo de premiê, apresentados pelo presidente interino Adli Mansour.

A participação do Nour, segundo maior partido islâmico do Egito, seria vital para que o governo provisório tivesse um verniz de apoio islâmico. O partido se retirou das negociações em protesto contra o que descreveu como "massacre na Guarda Republicana".

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Para muitos ativistas islâmicos, a derrubada de Mursi foi um duro revés que despertou temores de uma volta à época em que a Irmandade era duramente reprimida por regimes autocráticos, inclusive o de Hosni Mubarak, derrubado em uma rebelião popular em 2011, como parte da chamada Primavera Árabe.

No outro lado da polarização política, milhões de egípcios ficaram felizes de verem a derrubada de um líder que, na opinião dos liberais, estaria orquestrando uma sutil tomada do Estado pelo poder islâmico - algo que a Irmandade nega veementemente.

(Reportagem adicional de Shadia Nasralla, Ashraf Fahim, Asma Alsharif, Mike Collett-White, Alexander Dziadosz, Maggie Fick, Tom Finn, Sarah McFarlane, Tom; Perry, Yasmine Saleh, Paul Taylor e Patrick Werr)

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