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Convenção democrata despreza a ONU e a democracia

Depois de impor a posição pró Israel a seu partido, Obama não terá mais condições de se apresentar como mediador entre as partes

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Em 1980, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a resolução 478, que declarava a Lei Básica de Israel "uma violação do direito internacional".

Por essa lei o estado de Israel proclamara Jerusalém sua capital "completa e unida."

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A decisão da ONU vetava a ocupação pelas forças militares de Israel da parte árabe de Jerusalém, a Oriental.

Na mesma ocasião, a ONU solicitou que todos os estados-membros não reconhecessem Jerusalém como capital de Israel.

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Praticamente, todos aceitaram.

Até os EUA que, desde então, vem mantendo sua embaixada em Telaviv.

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A posição dos presidentes americanos  - mesmo George Bush – tem sido: a decisão sobre dividir ou não Jerusalém entre árabes e israelenses deve ser negociada pelas partes.

Eis que Obama e a convenção democrata desrespeitam a resolução do Conselho de Segurança da ONU e repelem a política tradicional dos presidentes americanos.

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Não constava do texto original da plataforma de candidatura de Obama qualquer menção ao status de Jerusalém.

Os republicanos criticaram, gritaram que, não considerando Jerusalém capital de Israel, os democratas não estavam apoiando devidamente o "aliado especial dos EUA."

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Obama reagiu.

Atendendo a seu pedido, Antonio Villaraigosa, Prefeito de Los Angeles, que, na ocasião presidia a convenção, pôs em votação alteração da plataforma presidencial considerando Jerusalém capital de Israel.

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Sem dividi-la com os palestinos.

Por três vezes, Villaraigosa solicitou que os membros da Convenção se pronunciassem.

Os "Sim" e os "Não" foram praticamente iguais, embora na primeira votação tivesse havido pequena predominância dos contrários à proposta.

Depois da terceira votação, Villaraigosa, arbitrariamente, considerou vencedor o pedido de Obama, apesar de estar longe de ter obtido os 2/3 necessários para alterar o texto da plataforma.

Além de desprezar a ONU, as leis internacionais, a posição tradicional dos presidentes americanos e a vontade dos convencionais, a alteração contraria a própria política do governo Obama.

Em entrevista no dia seguinte, Patrick Ventrell, portavoz do Departamento de Estado, declarou: "Nossa posição (da Casa Branca) é que o status de Jerusalém é um assunto que deve ser resolvido no fim de negociações entre israelenses e palestinos."

Em termos de opinião pública americana, a maioria dos democratas, em recente pesquisa, declarou-se favorável à divisão de Jerusalém entre árabes e israelenses por um placar de 2 a 1.

Os dirigentes do Partido Democrata foram ainda mais longe em sua submissão aos interesses de Israel.

Antes da convenção, submeteram o texto da plataforma da candidatura presidencial do partido à AIPAC, para sua aprovação.

A AIPAC é o mais poderoso lobby pró Israel dos EUA.

É também o mais estreito, o mais agressivo na defesa incondicional de todo e qualquer governo israelense.

São a favor dos assentamentos, contra a independência da Palestina, pressionam e financiam congressistas para apoiarem e até anteciparem os desejos do premierNetanyahu.

Esse Israel first de Obama e dos democratas teve graves reflexos negativos.

Os palestinos ficaram profundamente indignados.

Jerusalém Oriental estabelecida como capital do futuro estado palestino é uma das suas principais reivindicações.

No entanto, aceitam discutir a questão com Israel em eventuais negociações de paz.

Obama tem sido um grande defensor dessas negociações como o início de um processo que pode levar à criação de um estado palestino independente ao lado do estado de Israel.

Depois de impor a posição pró Israel a seu partido, Obama não terá mais condições de se apresentar como mediador entre as partes.

Mais do que isso: a própria idéia das negociações como solução do problema da Palestina fica prejudicada já que o presidente americano, seu principal promotor, adotou publicamente posição contrária a um dos principais itens da agenda palestina.

Foi nesse sentido a declaração de Nabi Abu Rdeneh, assessor de Abbas, o Presidente da Autoridade Palestina. Ele afirmou que não reconhecer o apelo dos palestinos por Jerusalém Oriental "destruirá o processo de paz e poderá conduzir a uma guerra sem fim."

Logo a seguir, o próprio Rdeneh disse achar possível que a posição de Obama fosse apenas "propaganda eleitoral."

Espero que ele tenha razão.

É melhor que Obama esteja mentindo, de olho nos votos e nos financiamentos eleitorais dos judeus americanos.

Afinal, ele já pregou mentiras muito piores no seu povo, ao descumprir a maioria das promessas de sua primeira campanha.

É simples assim.

Luiz Eça é colunista de Política Internacional do CORREIO DA CIDADANIA e publicitário. Seu site de textos é www.olharomundo.com.br

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