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Correa se diz cético em relação a negociação no caso Assange

Para presidente do Equador, países como Estados Unidos, Grã-Bretanha e Suécia não estão acostumados a dialogar com países pequenos e do Terceiro Mundo em questões internacionais

Correa se diz cético em relação a negociação no caso Assange (Foto: Reuters)
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Por Eduardo Garcia

QUITO (Reuters) - O presidente equatoriano, Rafael Correa, duvida que a Grã-Bretanha e a Suécia alterem sua posição linha-dura em relação ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, especialmente porque o caso envolve uma negociação com um país pequeno e pobre como o Equador.

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O governante esquerdista disse em entrevista à Reuters nesta quinta-feira que permanece aberto ao diálogo sobre o destino do ativista eletrônico, que há mais de dois meses está refugiado na embaixada do Equador em Londres.

A Grã-Bretanha se diz determinada a extraditar Assange para a Suécia, onde ele é suspeito de crimes sexuais. Assange diz que a Suécia seria uma mera escala antes de ser transferido para os Estados Unidos, onde poderia ser julgado por ter divulgado em 2010 milhares de documentos secretos da diplomacia norte-americana.

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"Sempre tivemos fé no diálogo. Nunca perdemos a esperança", disse Correa, que na semana passada concedeu asilo político ao australiano de 41 anos.

"Mas ... sou um pouco cético de que a Grã-Bretanha, a Suécia ou os Estados Unidos irão alterar sua posição, já que eles não estão acostumados a isso, e muito menos quando estão dialogando com um 'país do Terceiro Mundo' como o Equador. Sempre fomos subestimados, mas ainda temos esperança."

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Apesar de Assange dizer que Washington pretende pedir a extradição dele, fontes norte-americanas e europeias disseram que os Estados Unidos não apresentaram nenhuma acusação criminal contra o fundador do WikiLeaks ou deram início a qualquer tentativa para extraditá-lo.

O governo do presidente norte-americano, Barack Obama, disse que o destino de Assange está nas mãos de Grã-Bretanha, Suécia e Equador.

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O governo equatoriano diz que nunca pretendeu impedir que Assange enfrente a Justiça na Suécia, e que pediu a Londres e Estocolmo garantias por escrito de que o ativista não será extraditado para um terceiro país.

Correa disse que, se essa garantia fosse dada, Assange renunciaria ao asilo equatoriano e se entregaria às autoridades suecas.

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"Essas garantias poderiam ser dadas pela Suécia. Poderiam ser dadas pela Grã-Bretanha ao extraditá-lo sob tal condição. Nenhum deles quer oferecer essas garantias ... Por isso acho que há um plano secreto para enviar Assange a um terceiro país. A que outra conclusão se pode chegar?"

O presidente disse também que continua indignado com a ameaça velada da Grã-Bretanha de invadir a embaixada para prender Assange, o que na opinião dele seria "um monumental equívoco diplomático".

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"Dá para imaginar se uma ameaça semelhante fosse feita por um país de Terceiro Mundo contra uma nação de Primeiro Mundo? Seria um escândalo global. Esse se tornou um (escândalo), mas eles tentaram minimizar dizendo ser um problema bilateral."

Segundo Correa, a saga de Assange foi agravada pela "arrogância, neocolonialismo e etnocentrismo" demonstrados por outros países contra a América Latina como um todo.

Mas ele disse que o impasse diplomático também marca o início de uma "nova era", na qual os latino-americanos vão defender mais ardorosamente seus direitos soberanos.

"Não se trata de remendar sistemas que há séculos não funcionam", disse Correa. "Trata-se de alterar os sistemas, e por isso estamos confrontando poderes nacionais e internacionais que querem que as coisas continuem como estão."

 

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