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      Crise síria: aviões bombardeiam Damasco

      País aceitou nesta terça-feira uma proposta russa para abrir mão de suas armas químicas e ser poupada de um ataque norte-americano, enquanto aviões do governo bombardearam posições rebeldes em Damasco, algo que não ocorria desde que Washington passou a fazer ameaças de atuar militarmente

      Syrian-American demonstrator Rose Ahmad chants against possible U.S. military intervention in the conflict in Syria as a group of Syrian-Americans protest in front of the White House in Washington, September 9, 2013. REUTERS/Jim Bourg (UNITED STATES - Tag (Foto: Gisele Federicce)
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      Por John Irish e Khaled Yacoub Oweis

      PARIS/AMÃ, 10 Set (Reuters) - A Síria aceitou nesta terça-feira uma proposta russa para abrir mão de suas armas químicas e ser poupada de um ataque norte-americano, enquanto aviões do governo bombardearam posições rebeldes em Damasco, algo que não ocorria desde que Washington passou a fazer ameaças.

      A iniciativa diplomática russa, aparentemente derivada de uma declaração do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, marca uma repentina mudança de rumos na crise depois de várias semanas em que o Ocidente parecia se encaminhar para uma intervenção militar no conflito sírio, que já dura dois anos e meio.

      A França disse que vai apresentar ao Conselho de Segurança da ONU uma resolução prevendo a entrega do arsenal químico sírio, e ameaçando consequências "extremamente sérias" se Damasco violar as condições do acordo.

      O governo dos EUA vinha propondo um ataque limitado, que punisse o governo sírio pelo suposto uso de armas químicas contra civis -- o que o presidente Bashar al-Assad nega ter acontecido.

      Os rebeldes sírios reagiram com perplexidade à proposta russa, já que esperavam finalmente receber apoio militar ocidental para derrubar Assad.

      "É um truque barato para dar ao regime mais tempo para matar cada vez mais pessoas", disse o ativista que se identificou como Sami, em Erbin, um subúrbio de Damasco atingido pelo suposto ataque químico.

      O presidente dos EUA, Barack Obama --que nas últimas semanas busca apoio da opinião pública e do Congresso para o eventual ataque--, disse que a proposta russa pode ser um "avanço". Mas a Casa Branca disse que Obama continuará com seu plano de pedir ao Congresso que aprove o uso de força militar na Síria.

      Em visita a Moscou, o chanceler sírio, Walid al-Moualem, disse que seu país concorda com a iniciativa russa, porque "elimina os motivos para uma agressão norte-americana", segundo relato da agência local de notícias Interfax.

      Enquanto o processo diplomático se desenrola em capitais distantes, aviões de Assad bombardearam na terça-feira bairros rebeldes da capital pela primeira vez desde o suposto ataque com gás em 21 de agosto. Rebeldes disseram que os bombardeios foram uma demonstração de que o governo considera ter vencido a queda de braço com o Ocidente.

      "Ao mandar os aviões de volta, o regime está passando um recado de que não sente mais a pressão internacional", disse o ativista Wasim al-Ahmad, no bairro de Mouadamiya, outro alvo do suposto ataque químico de agosto.

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