Croácia pode ser aceita na União Europeia

Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris - Após 16 anos de uma sangrenta guerra de independência, a Croácia pode receber o sinal verde dos dirigentes europeus até o fim do mês de junho para entrar na União Europeia, segundo um projeto que deve ser adotado num encontro de quinta e sexta-feira em Bruxelas. "Não podemos viver no passado", disse o presidente croata Ivo Josipovic, em dezembro. O tratado poderá ser assinado no outono europeu. Na sequência, deverá ser ratificado por um referendo na Croácia e por cada um dos 27 membros da União Europeia, até o dia 1° de julho de 2013. "A entrada da Croácia na União Europeia é óbvia, justa e necessária", afirmou o papa Bento XVI, na ocasião de uma visita ao país. Se o texto for aprovado, será o segundo país da ex-Iugoslávia a entrar no bloco depois da Slovênia - que faz parte do grupo desde 2004.

Até o momento, a Comissão Europeia tinha barrado a negociação por questões de luta contra a corrupção, independência dos magistrados, perseguição de criminosos de guerra e cooperação com o Tribunal penal internacional da ex-Iugoslávia de Haia. "Zagreb, a capital do país, será submetida a um acompanhamento específico a cada seis meses, porque os comprometimentos devem ser monitorados", afirmou o comissário Stefan Füle. A população local se mostra um pouco cética à ideia de entrar na União Europeia. Segundo as últimas pesquisas, 44,6% entre eles apoiam o projeto, contra 41,8% que se opõem.

No momento em que a o bloco balança com a profunda dívida da Grécia e da crise financeira de outros países membros, a entrada da Croácia pode ser usada como exemplo do bom funcionamento das regras internas. "A solidariedade europeia foi colocada em questão após a crise econômica e os problemas da Grécia e de Portugal. Desta vez, a França, com o apoio da Alemanha e da Holanda, vai garantir o cumprimento dos engajamentos da Cróacia", disse o deputado europeu, Jean-Pierre Auduy. Resta a saber se o Euro vai sobreviver até lá.