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Mundo

Dilma condena os EUA

Para serem coerentes, era o que deveriam exigir os críticos intervencionistas

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Alerta aos que, sem nada entender de política externa ou apenas por interesses ideológicos acham que a presidente Dilma Rousseff deveria sair criticando publicamente todos os países em que os direitos humanos são desrespeitados: é preciso incluir os Estados Unidos na lista. Se fosse seguir a absurda tese, Dilma deveria convocar a imprensa para fazer uma condenação dos flagrantes desrespeitos aos direitos humanos pelo governo de Washington. Aliás, para serem coerente com o que defendem esses “analistas”, as críticas deveriam ter sido feitas quando Barack Obama esteve em Brasília. Cara a cara.

Só as condições em que o soldado Bradley Manning está preso em uma base militar na Virgínia já mereceriam uma condenação. Manning, 23 anos, é acusado de ter entregado ao site Wikileaks as comunicações secretas dos Estados Unidos que têm sido amplamente difundidas por jornais de vários países. O militar está preso desde julho de 2010, mas o problema não é esse: são as torturas a que vem sendo submetido.

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A New York Review of Books publicou o texto de dois importantes advogados estadunidenses, ambos acadêmicos, intitulado A humilhação do soldado Manning. Eles contam que o militar passa 23 horas por dia em sua cela, isolado e obrigado a responder à chamada do carcereiro de cinco em cinco minutos. À noite, a chamada também é feita várias vezes, para impedir que ele durma por longo tempo. Manning tem direito a uma hora fora da cela, por dia. Mas ainda assim continua incomunicável, podendo apenas andar em círculos, sozinho, em um pátio.

Os dois autores do texto, os advogados e professores Bruce Ackerman, de Yale, e Yochai Benkler, de Harvard, receberam a adesão de mais 295 pessoas. Mas nenhum órgão do governo estadunidense se manifesta sobre o assunto.

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A verdade é que se for elaborada uma lista de três países do mundo que mais torturam presos, os Estados Unidos certamente estarão nela. Se a tortura psicológica estiver incluída, não há a menor dúvida – nenhum país desenvolveu tanto essa “especialidade”. Mas mesmo falando apenas de torturas físicas, aquelas que são praticadas em muitas de nossas delegacias de polícia e eram rotineiras nos tempos dos governos militares, os estadunidenses estarão entre os primeiros.

As últimas revelações do Wikileaks, difundidas ontem, apenas confirmam o que já havia sido relatado, oralmente e por escrito, por ex-presos em Guantánamo, seus advogados e observadores independentes. E há também inúmeros relatos de presos torturados fisicamente por agentes da CIA e militares estadunidenses em diversos países, entre os quais o Afeganistão e o Iraque.

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Mas, certamente, o Conselho de Direitos Humanos da ONU não vai enviar um relator especial aos Estados Unidos e às suas prisões em Guantánamo e outros países. E nem os que defendem uma política externa intervencionista, que priorize as críticas públicas às violações aos direitos humanos – sim, existem esses – vão achar bom que os Estados Unidos sejam nossa próxima vítima.

Liberou geral

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Um jovem acadêmico midiático, o indiano naturalizado estadunidense Parag Khanna, defendeu, com todas as letras, o assassinato de Kadafi. Uma maneira simples de acabar com o problema, segundo ele. Khanna, 33 anos, participou da equipe de política externa de Barack Obama. Agora é dirigente da New America Fundation e virá ao Brasil em maio.

Assassinar inimigos não é novidade, mesmo como política de Estado. A prática existe em vários países do mundo e, para falar de tempos recentes, era bastante usual nos anos 1950, 1960 e 1970. Mas nem a CIA, que já assassinou tantos dirigentes estrangeiros e tem um bom número de tentativas fracassadas, faz a defesa do método com tanta crueza quanto Khanna.

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O problema é que se a ideia de Khanna vingar, será difícil estabelecer quem pode e quem não pode assassinar inimigos estrangeiros. Quem tem a força? Quem está do “lado certo”? Ou liberou geral? Se a Otan pode assassinar Kadafi, porque Kadafi não poderia assassinar – digamos – Sarkozy?

Absurdo, claro. Mas o jovem acadêmico midiático solta, com desenvoltura, suas perigosas bobagens. E a imprensa acolhe, embasbacada.

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