Donos do Santander investigados por suposta fraude fiscal

Brasil 247, com agências internacionais _ O juiz Fernando Andreu, da Audiência Nacional, da Espanha, aceitou denúncia do Departamento de Fiscalização Anticorrupção do governo espanhol para investigar o presidente do Banco Santander, Emílio Botín, e onze familiares diretos, entre os quais seu irmão Jaime e sua filha Ana Patrícia Botín, apontada como sucessora no comando mundial do Santander. O juiz quer saber se os Botín regularizaram a situação fiscal das contas secretas mantidas no HSBC Private Bank da Suiça. As autoridades anticorrupção acreditam na ocorrência de irregularidades entre 2005 e 2009, por meio de documentos fraudados.

Em razão dessas contas, os Botín já tiveram de recolher ao fisco espanhol 200 milhões de euros em impostos e taxas atrasadas. O que o juiz Andreu quer saber é se essa quantia foi suficiente para cobrir todas as obrigações. Se chegar à conclusão de que a família ainda deve ao Fisco espanhol, será aberto processo penal.

Em nota, a família Botín declarou que “todos os impostos” sobre aquelas contas foram recolhidos. O patrimônio financeiro deles na Suiça começou a ser montado pelo pai de Emílio Botín, já falecido, a partir de 1936, quando fugiu da Guerra Civil espanhola. Em abril deste ano, o Ministério da Fazenda da Espanha se declarou incapaz de avaliar se, com todos os documentos apresentados, os Botín haviam mesmo regularizado a sua situação tributária. Os agentes da Fiscalização Anticorrupção acreditam que, na montanha de documentos, muitos podem ter sido fraudados. É o que o juiz Andreu quer saber.