É difícil vencer a covid-19 sem a vacina da China, diz editorial do Global Times
O jornal chinês Global Times diz em editorial que há uma atitude negativa por parte de círculos ocidentais contra a vacina chinesa, movida por preconceitos econômicos, políticos e ideológicos. Leia a íntegra
Global Times - No início da manhã de quinta-feira (horário de Pequim), o Instituto Butantan do Brasil anunciou que a vacina desenvolvida pelo SinoVac da China é eficaz em mais de 50 por cento, o que a torna elegível para aprovação e uso de emergência no Brasil. O Butantan disse que a divulgação dos dados completos será adiada em até 15 dias. A empresa chinesa reunirá e analisará dados de testes em outros países como Turquia e Indonésia antes de finalizar um quadro completo. A mídia ocidental imediatamente se concentrou em divulgar "questões sobre transparência".
O Brasil foi o primeiro país a concluir os testes de fase III da vacina SinoVac. Ele confirmou que a eficácia da vacina é superior a 50 por cento, um requisito adotado universalmente para reconhecer uma vacina como utilizável. Nenhum efeito colateral sério foi relatado durante o ensaio clínico de fase III da vacina SinoVac. Houve relatos de um acidente no Brasil, mas logo ficou provado que não tinha nada a ver com a vacina em si. Além disso, embora a SinoVac tenha atrasado a divulgação de dados detalhados no Brasil, isto não tem nada a ver com dados falsos.
Além da vacina que está sendo desenvolvida pela SinoVac, há quatro outras vacinas chinesas em testes de fase III. A maior dificuldade para a China diz respeito ao fato de ter colocado a epidemia de covid-19 sob controle, o que leva a China a ter que fazer os testes em países estrangeiros. Isso dificulta a realização de testes e a coleta de dados finais.
A Pfizer disse que sua vacina era 95 por cento eficaz, e isso se tornou um "padrão" da opinião pública ocidental para avaliar a vacina desenvolvida pela China, cuja fraqueza na coleta de dados também tem sido alvo constante.
As vacinas dos EUA também têm seus próprios pontos fracos. Para começar, as amostras usadas para testes clínicos de fase III da vacina da Pfizer vieram principalmente dos Estados Unidos. A empresa tem a comodidade de processar informações relevantes, que não foram verificadas por terceiros de forma independente. Em segundo lugar, a vacina Pfizer é uma vacina de mRNA, que precisa ser mantida a 70 graus Celsius negativos em termos de transporte e armazenamento. Em outras palavras, esta é uma vacina projetada para países ricos, e não para países em desenvolvimento. Deve-se ressaltar que houve casos de reações alérgicas graves após receber a vacina da Pfizer. Mas essas questões sérias não foram realmente abordadas pelos meios de comunicação ocidentais. São fatos ignorados por eles.
A vacina da SinoVac é segura e pode ser armazenada em temperatura padrão de refrigerador. É barata, o que é especialmente adequado para uso em países em desenvolvimento. Mas essas vantagens são frequentemente ignoradas nos campos da opinião pública ocidental ou minimizadas como meras informações de fundo.
A vacina SinoVac deve ser promovida globalmente. Portanto, sua reputação internacional é crucial. Os meios de comunicação dos EUA e ocidentais obviamente têm uma postura e atitude hostis em relação às vacinas chinesas. Eles as questionam em vez de esclarecer seus pontos fortes em meio à atual situação emergencial de pandemia. Felizmente, não houve nenhum caso de acidentes graves nos ensaios clínicos de vacinas chinesas, apesar dos desafios dos ensaios em países estrangeiros em meio à pandemia. A opinião pública ocidental não tratará as vacinas chinesas da mesma forma que relataram os efeitos colaterais da vacina da Pfizer.
Isso é injusto e não conduz à atual luta global contra o vírus. A razão é simples: a atitude acima das instituições de opinião pública ocidentais é movida por preconceitos econômicos, políticos e ideológicos. Eles transferiram essa atitude em relação à China para as vacinas chinesas. As exigentes condições de armazenamento e capacidade de produção da vacina dos Estados Unidos estão longe de atender à demanda global. A vacina da China deve se tornar uma das principais forças na próxima etapa, então há esperança para a vitória da humanidade.
A vacina inativada da China usa tecnologia tradicional e estabelecida. A vacina da Pfizer usa tecnologia totalmente nova que nunca foi usada. Novas vacinas com tecnologias tradicionais geralmente levam mais de um ano para serem testadas. Os novos testes de vacinas da Pfizer foram acelerados mais rapidamente do que as vacinas tradicionais. Se a SinoVac e a Pfizer forem comparados com a mesma intensidade cética, qual delas enfrentará mais questões?
Para ser honesto, a vacina da Pfizer é aquela que foi introduzida com pressa. Pessoas que receberam a vacina Pfizer ainda estão experimentando esta nova tecnologia. A nova tecnologia pode ser mais eficiente, mas os riscos de usá-la certamente são muito maiores.
O mais importante para a humanidade é superar essa crise imediata. O papel positivo que as vacinas chinesas podem desempenhar e as contribuições que podem dar são óbvias para todos. Acredita-se que os pontos fortes de cada vacina, com trabalho em conjunto, farão esforços vigorosos para mudar a maré. Ao invés dos pontos fracos, são os pontos fortes que moldarão nosso futuro.
