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“É hora de deixar Mandela partir", diz Sunday Times

Destaque de jornal britânico resume sensação da comunidade internacional e dos sul-africanos sobre Nelson Mandela; maior mártir da liberdade no século 20, ex-presidente da África do Sul experimenta sua quinta internação em dois anos; após terceiro dia no hospital, em estado grave por uma pneumonia, desejo generalizado é de que ele tenha final digno, aos 94 anos; governo do país não divulgou informações sobre estado de saúde; entre 1963 e 1990, líder esteve preso em razão de sua luta contra o apartheid; tornou-se prêmio Nobel da Paz, referência moral e idolatrado em todo o mundo

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247 – Um transe nacional envolve a África do Sul e a comunidade mundial pela igualdade entre os homens. O advogado, ex-presidente e prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela cumpre neste domingo 9 seu terceiro dia de internação em Pretória, num hospital no qual deu entrada em "estado grave", com pneumonia. O governo sul-africano não divulgou informações sobre o estado de saúde dele, mas em todo o país começaram a ser formadas vigílias em homenagem a quem personificou a luta contra o regime de segregação racial do país.

Aos 94 anos - completará 95 em 18 de julho -, Mandela passou entre 1963 e 1990 preso em razão de sua participação no CNA – o partido Conselho Nacional Africano. Esteve a maior parte desse tempo na Ilha de Robben, numa cela de 2,5 metros por 1,5 metro. Libertado depois de inúmeras pressões da comunidade internacional, e de lutas civis dentro do país, Mandela foi eleito presidente de seu partido, em 1993. No mesmo ano, ganhou o Prêmio Nobel da Paz, por sua luta "pacífica" contra o racismo, dividindo-o com o então presidente branco Frederik de Klerk. Em 1994, com 63% dos votos, venceu as eleições presidenciais, depois de escapar de atentados e golpes políticos. Caía, com o líder negro no poder, o regime do Apartheid.

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O mandato presidencial de Mandela, diante do enorme problema social herdado por décadas do regime de segregação, não foi o que muitos dentro de seu partido sonhavam. Em lugar do enfrentamento, o líder sempre preferiu a conciliação. Além do posicionamento político, viveu momentos pessoais muito conturbados, em razão do ele mesmo chamou de "infidelidade descarada" de sua esposa Winnie Mandela, de quem se divorciou no meio do exercício do mandato, em 1996. A esposa se envolveu em uma série de escândalos de emprego de parentes e de corrupção, manchando a reputação da administração do marido. Ele, no entanto, sempre se defendeu de ter se deixado contaminar pela órbita dela. "Eu nunca fui influenciado por aqueles que são meus inimigos", declarou.

Uma tragédia pessoal atingiu o líder sul-africano durante a realização da Copa do Mundo no país. Em 11 de junho de 2010, sua bisneta Zenani foi vítima de um acidente automobilístico, morrendo aos 13 anos de idade. Com o luto, Mandela deixou de comparecer a uma homenagem durante a disputa.

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O renomado escritor sul-africano André Brink fez uma leitura positiva do governo Mandela, ao fim do mandato, colocando-o como maior nome do século 20, comparável a Mahatma Gandhi e Martin Luther King Jr.. Para Brink, Mandela "conseguiu irmanar a todos, a ponto de tornar-se um ícone sagrado para o mundo".

Retirado da cena política nos últimos anos, Nelson Mandela comportou-se como um verdadeiro símbolo nacional e mundial da luta contra o racismo, recebendo personalidades e ativistas dos direitos humanos. Seu estado de saúde foi se debilitando com o tempo. Desde seus tempos no cárcere ele enfrentava uma severa tuberculose. Agora, suas forças podem estar no limite. O mundo parece viver os momentos finais de uma era de heroísmo e superação diante da estatura de Nelson Mandela.

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Como registrou destaque do jornal britânico Sunday Times, "é hora de deixar Mandela partir".

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