Economistas projetam crescimento de 10% do PIB chinês em 2021
O produto interno bruto (PIB) da China deverá aumentar 10% e sua economia permanecerá com um desempenho global positivo em 2021, preveem economistas
247 - À medida que o banco central chinês começar a aumentar as taxas de empréstimo no próximo ano, segundo uma recente nota de pesquisa da consultoria de pesquisa econômica internacional Capital Economics, a China voltará a crescer em níveis elevados. O PIB chinês poderá expandir 10% em 2021, acima do consenso atual do mercado de 7,9%, graças aos ventos favoráveis do estímulo fiscal, recuperação do consumo e dos serviços, acelerando o crescimento da renda e causando bons efeitos de base, informou a nota.
"Olhando para o futuro, embora o consenso dos analistas tenha se tornado mais otimista nos últimos meses, pensamos que ainda há espaço para mais surpresas positivas", disse Julian Evans-Pritchard, economista sênior para a China, e Mark Williams, economista-chefe para a Ásia da Capital Economics, informa a Xinhua.
A Capital Economics previu que o PIB chinês pode aumentar 2,5% em 2020 em comparação com o consenso dos analistas de 2%.
Os economistas indicaram que os motores internos de crescimento da China permanecerão fortes a curto prazo, enquanto a recente força das exportações começará a se desenrolar em meio a lançamentos de vacinas em mercados desenvolvidos.
Um aumento na taxa de poupança no início de 2020 significa que as famílias chinesas estão com muito espaço para aumentar os gastos à medida que a confiança melhora, disseram Evans-Pritchard e Williams.
A produção econômica da China no quarto trimestre de 2020 está a caminho de ser maior do que a previsão da Capital Economics de um ano atrás e a produção econômica permaneceria acima da tendência por grande parte de 2021, de acordo com a nota.
Ao mesmo tempo, a força econômica abrirá o caminho para alguma política mais restritiva no próximo ano, com foco no controle do rápido crescimento da dívida governamental, observou a Capital Economics.
O banco central da China começará a aumentar as taxas de suas linhas de crédito em 2021 e os modestos incrementos nas taxas de juros estariam, em grande parte, apenas formalizando uma mudança nas condições monetárias que já aconteceu, de acordo com a nota.
"É improvável que esta inversão de política prejudique a recuperação e esperamos que a economia da China continue a ter um desempenho global acima da média no próximo ano", disseram os economistas.
A moeda chinesa RMB deve se valorizar ainda mais em 2021 e o crescimento econômico contínuo da China deve abrir caminho para novos aumentos nas ações onshore e offshore, segundo a nota.
O índice CSI 300 de referência das ações chinesas deverá subir para 5.700 pontos até o final de 2021, acima do fechamento de 4.942,7 pontos na quarta-feira, de acordo com a consultoria.
No entanto, a economia chinesa enfrenta alguns riscos consideráveis de queda no setor imobiliário e nos mercados de crédito, alertaram Evans-Pritchard e Williams.
O crescimento econômico da China pode desacelerar para 4% a 5% até o final de 2021 e a valorização do RMB poderá se estabilizar, acrescentou a nota.
Já o rendimento dos títulos do governo chinês com vencimento em 10 anos deveria cair para 2,8%, contra mais de 3,3% na quarta-feira, visto que o mercado de títulos da China começaria a fixar preços em um crescimento mais lento a médio prazo e taxas de juros de equilíbrio mais baixas.
