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Em carta, Dirceu relembra de convívio com Fidel

Ex-ministro José Dirceu, que foi preso na Ação Penal 470, o chamado escândalo do mensalão, e que recentemente voltou a ser condenado no âmbito da Operação Lava Jato, relembrou, por meio de uma carta aberta, quando conheceu o líder revolucionário cubano Fidel Castro. Dirceu viajou à Cuba como um dos presos políticos trocados pelo embaixador norte-americano Charles Elbrick, em 1969, durante a ditadura militar; para Dirceu, Fidel"foi um símbolo de esperança e fonte de inspiração para os pobres, deserdados, explorados e oprimidos de todo o mundo".

Ex-ministro José Dirceu, que foi preso na Ação Penal 470, o chamado escândalo do mensalão, e que recentemente voltou a ser condenado no âmbito da Operação Lava Jato, relembrou, por meio de uma carta aberta, quando conheceu o líder revolucionário cubano Fidel Castro. Dirceu viajou à Cuba como um dos presos políticos trocados pelo embaixador norte-americano Charles Elbrick, em 1969, durante a ditadura militar; para Dirceu, Fidel"foi um símbolo de esperança e fonte de inspiração para os pobres, deserdados, explorados e oprimidos de todo o mundo". (Foto: Paulo Emílio)
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247 - O ex-ministro José Dirceu, que foi preso na Ação Penal 470, o chamado escândalo do mensalão, e que recentemente voltou a ser condenado no âmbito da Operação Lava Jato, relembrou, por meio de uma carta aberta, quando conheceu o líder revolucionário cubano Fidel Castro. Dirceu viajou à Cuba como um dos presos políticos trocados pelo embaixador norte-americano Charles Elbrick, em 1969, durante a ditadura militar.

Leia a íntegra da carta escrita por José Dirceu:

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"Acabo de saber da morte de Fidel. São 9h15 da manhã de sábado. Ontem, dia de visitas aqui no Complexo Médico Penal, eu pedia para que transmitissem a amigos meus cumprimentos pelos seus 90 anos celebrados em 13 de agosto, o que não pude fazê-lo pessoalmente por estar preso.

Coincidentemente, hoje, recebo a triste e infelizmente esperada notícia, já que Fidel vivera e sobrevivera a uma longa enfermidade. Não só lutou contra ela e resistiu, mas passou por essa longa jornada sempre trabalhando e lutando, escrevendo e estudando, pesquisando e recebendo os companheiros de luta de todo o mundo.

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Fidel era um sobrevivente de inúmeros atentados e tentativas de assassinato, hoje comprovadas pelos próprios documentos oficiais do governo dos Estados Unidos - da luta estudantil, do ataque a Moncada, do desembarque do "Granma", da guerrilha e, depois, vencendo a batalha de Girón e enfrentando a longa luta para consolidar a revolução nos anos 60/70.

Um líder revolucionário e estadista, colocou Cuba e seu povo na história do século 20. Participou e foi protagonista, mesmo governando uma ilha de 100 mil km² e 10 milhões de habitantes, de todos os grandes acontecimentos mundiais e esteve presente em todas as grandes lutas de independência e contra as ditaduras nas décadas de 60, 70 e 80, na América Latina e na África.

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Enfrentou e não se rendeu à maior potência do mundo, os Estados Unidos da América.

Como ninguém, encarou a aspiração do povo cubano e latino-americano à independência e à soberania, seguindo a herança do pai de Cuba, José Martí, e dos grandes da América Latina, como Bolívar. Foi um símbolo de esperança e fonte de inspiração para os pobres, deserdados, explorados e oprimidos de todo o mundo.

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Tive, já em 1969, ao chegar a Cuba, a surpresa de encontrá-lo pela primeira vez. Jovial, alegre e emocionado, foi nos dar as boas-vindas e nos prestar solidariedade. Chegávamos a Cuba vindos do México, para onde fomos ao sair das prisões da ditadura brasileira trocados pelo embaixador norte-americano. Foi o primeiro de muitos encontros durante minha vida em Cuba e, depois, como petista, deputado, ministro e, por fim, ex-ministro e de novo perseguido e exilado dentro do meu próprio país.

Nunca me faltou com a solidariedade e apoio - ele e Cuba - e se manifestou em sua plenitude, não quando eu estava no governo, e sim sempre quando eu mais necessitava - de novo banido e caluniado nos anos do mensalão e também depois da minha condenação e prisão em 2013. Anos de infâmia, quando Fidel e Cuba continuaram solidários.

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Ao tomar posse como ministro, em 2003, agradeci em meu discurso a solidariedade do povo cubano e seu líder Fidel Castro durante a ditadura.

Hoje rendo minha humilde homenagem ao comandante e ao herói do povo de Cuba. Presto minhas condolências ao povo e ao governo de Cuba e me despeço de Fidel sem poder estar em Havana para fazê-lo pessoalmente, assinando com o nome que recebi quando os perigos e as ameaças da ditadura e seu tutor, os Estados Unidos, nos obrigavam a usar pseudônimos."

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