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Entrada do Brasil na Otan mostra submissão de Bolsonaro a Trump

A eventual entrada do Brasil na Aliança do Atlântico Norte (Otan) contraria os interesses do Estado brasileiro e implica a defesa dos interesses dos Estados Unidos - que não são os mesmos do Brasil; a avaliação é do professor do Colégio Militar de Porto Alegre, Diego Pautasso

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247, com Sputnik - A eventual entrada do Brasil na Aliança do Atlântico Norte (Otan) contraria os interesses do Estado brasileiro e implica a defesa dos interesses dos Estados Unidos - que não são os mesmos do Brasil. A avaliação é do professor do Colégio Militar de Porto Alegre, Diego Pautasso.

Durante a visita do presidente Jair Bolsonaro (PSL) a Washington, nos Estados Unidos, foi ventilada a possibilidade de tornar o Brasil aliado preferencial da Otan. Na Casa Branca, Donald Trump disse que "pretende indicar" o Brasil para a posição.

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O cargo de aliado preferencial marca uma cooperação especial na área militar, com benefícios econômicos, mas está longe de carregar o mesmo peso de Estado-membro — que define uma obrigação de cooperação militar em caso de ataque contra um dos 28 países-membros do bloco.

Segundo a Folha de S. Paulo, a possibilidade do Brasil ser um Estado-membro da Otan foi discutida a portas fechadas e teria apoio do conselheiro de segurança nacional dos EUA John Bolton.

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Caso o Brasil torne-se parte da Otan, será o primeiro país do BRICS na Aliança do Atlântico Norte.

Diego Pautasso enxerga a associação com "preocupação". A entrada na Otan "rompe com tradição da política externa brasileira, de não alinhamento, de autonomia e de multilateralidade. E nos faz comprar uma agenda securitária, dos EUA, que é de rivalidade com China, Rússia, Irã e o terrorismo. Isso não tem absolutamente nenhuma convergência com nossa agenda internacional. E acaba por acelerar a desintegração da integração latino-americana que vinha sendo construída com avanços lentos e graduais desde o Mercosul e havia se aprofundado com a Unasul", diz o pesquisador.

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A Alemanha ressaltou que para um país entrar na Otan é necessário a aprovação unânime de todos os membros e a contribuição "para a segurança do bloco do Atlântico Norte".

Já a França emitiu nota em que parece rejeitar o plano de Trump e Bolsonaro. O texto diz que o regulamento da Otan define "escopo geográfico específico de aplicação" para integrar o bloco. No artigo 10 do tratado de constituição do bloco é estabelecido que o convite a "qualquer outro Estado Europeu" deve ser aprovado por todos os Estados-membros.

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No ano passado, a Colômbia juntou-se à Otan como parceira global. A medida ocorreu em meio à escalada da tensão com a vizinha Venezuela.

Nos Estados Unidos, Bolsonaro deixou no ar a possibilidade de uma ação militar na Venezuela. O mandatário brasileiro seguiu a linha de Trump ao dizer que todas as possibilidades são consideradas.

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O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, classificou as declarações como "apologia da guerra" por uma "aliança neofascista".

A possível ação militar brasileira desagrada a cúpula dos militares que integram o governo Bolsonaro, aponta reportagem publicada pela Folha de S. Paulo.

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O vice-presidente, Hamilton Mourão, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, já se pronunciaram publicamente contra uma aventura militar contra Caracas.

Pautasso acredita que a discussão sobre Venezuela, Otan e Brasil mostra as diretrizes da política externa da Casa Branca.

"Há um movimento, que não é de hoje, de enquadrar toda a América Latina dentro do escopo securitário e político norte-americano, isso vem lá desde a Doutrina Monroe, e nos anos 1990 foi revitalizado do ponto de vista econômico com a Alca [Área de Livre Comércio das Américas]. E agora com essa tentativa de expandir a Otan para a Colômbia, e eventualmente com parcerias com o Brasil", afirma o pesquisador do Colégio Militar de Porto Alegre.

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