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Epidemia da super bactéria se alastra na Europa

Com o foco ainda desconhecido, bactria assassina j ultrapassa o Atlntico e acaba com o mercado de legumes europeus

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Roberta Namour, correspondente Brasil 247 em Paris _ Ontem fui ao supermercado. Passei pela seção de legumes e frutas e fiquei observando a reação dos clientes franceses. A cesta de pepino estava cheia. Ninguém ousou em tocar nela. Eu mesma fiquei receosa e achei que poderia ficar mais alguns dias sem pepino na geladeira. A grande dúvida foi pegar ou não o tomate, o pimentão, o alface… Na falta de informações oficiais claras sobre a atitude preventiva a se tomar num caso de um surto infeccioso mortal que já atinge 11 países o consumidor fica na defensiva. A França ainda não anunciou nenhuma ação mais efetiva de combate a epidemia. Quem sofre com isso é o agricultor. Do dia para a noite, o mercado europeu teve de arcar com um prejuízo milionário por não conseguir identificar a origem da bactéria assassina que já matou 18 pessoas e deixou 2 mil doentes.

 

A infecção continua a se alastrar. Ontem, o Reino Unido confirmou os seus sete primeiros casos. Três são britânicos que estiveram na Alemanha, e os demais são alemães. Os Estados Unidos também anunciaram o terceiro caso de contaminação.

No âmbito econômico, os danos causados são significativos não somente para a agricultura espanhola, apontada num primeiro momento como a propagadora da bactéria, como para seus vizinhos portugueses, franceses, alemães e holandeses. O Líbano e a Rússia interromperam a importação de produtos europeus. Até Berlin pediu aos alemães que deixem de comer legumes frescos. Um alerta como esse se faz desnecessário. O medo da contaminação descarta automaticamente o consumo de tudo que for relacionado a saladas. Esses países devem pedir à Bruxelas uma compensação pelos prejuízos causados. «Nós não vendemos mais nenhum pepino », lamenta Angélique Delahaye, presidente dos produtores de legumes da França. Em uma semana, a perda já atingiu 1,5 milhão de euro, em um período em que o consumo de vegetais costuma ser maior por causa do calor. Para tentar seduzir o consumidor, o preço do tomate caiu em 5 e 10 centavos o quilo e o do alface em 25 centavos a unidade.

Para a agricultura espanhola, que abastece a maior parte do mercado europeu de pepinos, a fatura é ainda mais pesada. Em uma semana a Península Ibérica viu suas exportações caírem em quase todos seus vegetais. A Federação espanhola de produtores e exportadores de frutas e legumes (Fepex) avaliou suas perdas em aproximadamente 200 milhões de euros por semana.

A comissária europeia Dacian Ciolos ouviu os apelos dos agricultores. «Nós vamos examinar todas as soluções para ajudar os produtores », disse. Na próxima semana, especialistas europeus agrícolas vão se reunir para calcular o primeiro impacto econômico da bactéria no mercado. Enquanto isso, a epidemia se alastra e os consumidores ficam cada vez mais reticentes em sair as compras.

 

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