Equipes tentam evitar ruptura do casco do navio encalhado nas Ilhas Maurício com 4 mil toneladas de óleo
As equipes de intervenção nas Ilhas Maurício enfrentam uma corrida contra o relógio nesta segunda-feira (10) para evitar outro vazamento de óleo em suas águas paradisíacas. O navio encalhado com mais de quatro mil toneladas de combustível a bordo ameaça quebrar
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Rádio França Internacional - O cargueiro MV Wakashio, que transportava 3,8 mil toneladas de óleo combustível e 200 toneladas de diesel, atingiu um recife em Pointe d'Esny, em 25 de julho. Uma rachadura no casco causou um vazamento de óleo na semana passada.
"Definitivamente é uma sequência de acontecimentos onde temos a impressão que as autoridades estão sempre um passo atrás do que eles deveriam. Hoje estamos enfrentando uma catástrofe sem precedentes", afirmou o oceanógrafo Vassen Kauppaymuthoo, em entrevista para a RFI.
"A mancha de óleo atingiu o lago no sudeste das Ilhas Maurício. O barco encalhou nos corais, mas a mancha de óleo entrou no lago", contou o especialista. "Na região sudeste, temos o parque ecológico de Blue Bay com 38 espécies de coral e 72 de peixes. Todo este ecossistema que existe há milênios está ameaçado e não é garantido que ele conseguirá se recompor", avaliou Kauppaymuthoo.
Localizada na costa sudeste da ilha, Pointe d'Esny é uma joia ecológica conhecida por seus locais de preservação listados internacionalmente, águas azul-turquesa e pântanos protegidos.
Mais de mil das quatro mil toneladas de combustível transportadas pelo MV Wakashio já foram derramadas no mar, de acordo com Akihiko Ono, vice-presidente da Mitsui OSK Lines, a empresa japonesa que operava o navio.
Helicópteros recolheram parte do combustível para o litoral nesta segunda-feira, mas os esforços para continuar os trabalhos foram prejudicados por mar agitado e ventos fortes.
Corrida contra o tempo
As condições meteorológicas, que também estão trazendo a mancha de óleo derramada pelo cargueiro para mais perto da costa, não devem melhorar até o início da noite. Cerca de 2,5 mil toneladas de óleo combustível ainda estão a bordo, de acordo com o primeiro-ministro das Ilhas Maurício, Pravind Jugnauth, que alertou que o risco era do navio se partir era real.
"Estamos em um estágio avançado do processo de retirada do material. O navio não tem muito tempo pela frente", disse um cientista que participou dos esforços de socorro, sob condição de anonimato.
Os mergulhadores identificaram novas rachaduras no casco do barco e um som de estalo alto pode ser ouvido na costa, onde uma grande limpeza está em andamento.
Milhares de voluntários estão tentando conter a poluição do lençol freático tecendo barragens flutuantes de cânhamo e tecido ou recolhendo os produtos que escaparam do navio em baldes.
O Japão enviou uma equipe de seis membros, incluindo guardas costeiros, nesta segunda-feira, para ajudar as autoridades mauricianas. Um navio da marinha francesa e um avião com especialistas a bordo, da vizinha Reunião, chegaram às Ilhas Maurício no domingo.
Santuário ameaçado
Um porta-voz da Mitsui OSK Lines disse que a empresa enviará uma equipe de especialistas na terça-feira (11), assim que tiverem testado negativo para a Covid-19.
A empresa japonesa Nagashiki Shipping, dona do barco, divulgou um comunicado na segunda-feira em que oferece suas "profundas desculpas ao povo de Maurício" e se compromete a fazer "o melhor para proteger o meio ambiente e mitigar os efeitos da poluição".
Imagens aéreas mostram uma extensa mancha preta ao longo da costa de águas turquesas.
Maurício possui alguns dos mais belos recifes de coral do mundo e é um santuário para uma fauna rara e endêmica.
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