Escândalo provoca vaias a primeiro-ministro inglês
David Cameron se desculpa no parlamento britnico por ter contratado ex-diretor do jornal que fez escutas ilegais; foi apupado pelos deputados de oposio
247 _ O primeiro-ministro britânico David Cameron sabia o que estava fazendo ao refutar as pressões para que antecipasse sua volta de uma viagem de trabalho à África do Sul e encarasse de frente, em Londres, o escândalo dos grampos do jornal News of the World e os reflexos diretos no governo que ele chefia. Sob vaias dos deputados da Câmara dos Comuns, Cameron foi ao parlamento inglês na manhã de hoje e viu de perto o quanto de desgaste o episódio está acarretando para si próprio. No início de sua gestão, ele levou para o gabinete o ex-diretor do News Andy Coulson, que exerceu a função entre 2003 e 2007, quando o jornal praticava o grampeamento de telefones com grande naturalidade.
"Eu nunca ofereceria a ele o cargo e eu espero que ele não teria aceitado se soubesse o que aconteceria. Mas você não faz decisões com base no futuro e sim no presente. Você vive e você aprende e, acreditem em mim, eu aprendi", disse. Cameron aos parlamentares. Ele passou praticamente todo o tempo de seu depoimento pedindo desculpas. A sessão foi interrompida algumas vezes para que a platéia composta pode deputados parasse de vaiá-lo.
O momento mais tenso foi quando Cameron explicou a contratação de Coulson: "Se for comprovado que Coulson está envolvido nas escutas ilegais, ele terá mentido não só para mim, mas para a polícia e para o comitê. Ele enfrentará todas as acusações e deverá grandes desculpas".
Cameron respondeu ainda às duras críticas da oposição de que se recusou a receber informações da investigação da Scotland Yard sobre as escutas ilegais realizadas pelo "News of the World".
Cameron disse que Ed Llewellyn, seu chefe-de-gabinete, agiu de maneira apropriada quando disse ao número 2 da Scotland Yard John Yates que ele não queria um resumo da investigação policial sobre o tema.
"Minha equipe se comportou de maneira apropriada. Eu falei que não seria apropriado dar a mim ou à minha equipe qualquer informação privilegiada. Se eles tivessem pedido ou recebido informação privilegiada, haveria revolta", tentou justificar Cameron, sob intensas vaias da Casa. "Se houvesse informação que o nº 10 [da Downing Street, a sede do governo] buscava interferir em uma investigação em andamento, haveria revolta", disse.
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