Especialistas russos comentam proposta de adesão do Brasil à Otan
O presidente dos EUA, Donald Trump, durante encontro com seu colega brasileiro Jair Bolsonaro, levantou a hipótese da entrada do Brasil na Otan - a Organização do Tratado do Atlântico Norte, braço armado do imperialismo estadunidense em ações militares originalmente na Europa, hoje em qualquer região do mundo; especialistas russos comentam que consequências essa decisão poderia ter para toda a América Latina e para paz global
247, com Sputnik - O presidente dos EUA, Donald Trump, durante encontro com seu colega brasileiro Jair Bolsonaro, levantou a hipótese da entrada do Brasil na Otan - a Organização do Tratado do Atlântico Norte, braço armado do imperialismo estadunidense em ações militares em qualquer região do mundo. Especialistas russos comentam que consequências essa decisão poderia ter para toda a América Latina e para paz global.
Durante coletiva de imprensa após encontro com Jair Bolsonaro, o presidente norte-americano, Donald Trump, indicou a possibilidade da entrada do Brasil na Otan. "Eu disse ao presidente Bolsonaro que também pretendo indicar o Brasil como um grande aliado extra-Otan, ou até mesmo começar a cogitar o Brasil como um integrante da Otan. Eu tenho que conversar com muita gente, mas talvez se tornar um integrante da Otan seria um grande avanço para a segurança e cooperação entre nossos países", declarou Trump.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista russo em assuntos internacionais Vladimir Olenchenko, comentou a declaração do presidente norte-americano.
"Isso levanta questões, porque a Otan é uma organização do Atlântico Norte, criada para unir os EUA e a Europa, como organização de defesa", explicou o analista, sublinhando que a transformação da Otan em uma organização global viola o equilíbrio de poder e tem caráter ameaçador.
"Trata-se de uma violação da arquitetura de segurança global, que deve ser levada muito a sério" e sem possibilidade de prolongamento da tendência, acrescentou o analista.
"Acredito que essas declarações [de Trump sobre a possível entrada do Brasil na OTAN] refletem o desejo dos EUA de manterem liderança e expandi-la. Eu acredito que eles estejam precisando de um arreio. A Venezuela e outros países, Nicarágua e Cuba, mostraram que não querem aceitar a doutrina Monroe, ou seja, uma doutrina de dominação dos EUA na América Latina com [os EUA] decidindo políticas interna e externa por eles", considera Olenchenko, sublinhando que a Otan seria usada pelos EUA para fortalecer posições na América Latina.
O vice-presidente do Comitê de Defesa da Duma do Estado (câmara baixa do parlamento russo), Yuri Shvytkin, sublinhou que a decisão sobre a entrada do Brasil na Otan será tomada não apenas pelos EUA e, particularmente, por Trump, mas por todos os países que fazem parte da Aliança.
"Acredito que a adesão [do Brasil à Otan] é possível, mas pouco provável. Um dos objetivos principais da Otan era defensivo. Infelizmente, hoje em dia, o objetivo não é mais a defesa, mas o ataque com política e retórica agressivas e ações correspondentes. A possível entrada do Brasil na Aliança violaria o equilíbrio em todo o mundo e levaria a um confronto na região".
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