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EUA espionaram secretário-geral da ONU, apontam documentos vazados

Os documentos vazados do Pentágono mostram que Washington vê o secretário-geral da ONU, António Guterres, como complacente com a Rússia

António Guterres e Pentágono (Foto: ONU | Divulgação)

247 - Os documentos vazados do Pentágono sugerem que Washington está ativamente espionando o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

Segundo a BBC, os documentos mostram ainda que os Estados Unidos creem que Guterres demonstra demasiada vontade de acomodar os interesses da Rússia, o que é inaceitável para Washington, que apoia a Ucrânia na guerra. 

Um documento vazado trata do acordo de grãos, negociado pela ONU, Rússia, Ucrânia e Turquia em julho do ano passado. O texto diz que Guterres estava tão interessado em preservar o acordo a ponto de estar disposto a acomodar os interesses da Rússia.

"Guterres enfatizou seus esforços para melhorar a capacidade de exportação da Rússia", diz o documento, "mesmo que isso envolva entidades ou indivíduos russos sancionados".

As ações de Guterres, de acordo com a avaliação do Pentágono, estavam "minando esforços mais amplos para responsabilizar Moscou por suas ações na Ucrânia".

A Ucrânia defende a expulsão da Rússia da ONU. 

Um alto funcionário não identificado disse, ainda conforme a BBC, que a ONU foi "impulsionada pela necessidade de mitigar o impacto da guerra sobre os mais pobres do mundo".

"Isso significa fazer o possível para reduzir o preço dos alimentos... e garantir que os fertilizantes sejam acessíveis aos países que mais precisam". 

Os Estados Unidos costumam espionar líderes de outros países e de organizações, não distinguindo entre aliados e inimigos. Entre 2012 e 2014, a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) usou uma parceria com a unidade de inteligência estrangeira da Dinamarca para espionar altos funcionários de países europeus, incluindo a chanceler alemã Angela Merkel. A ex-presidente brasileira Dilma Rousseff também foi alvo de espionagem estadunidense no período, bem como ex-ministros de seu governo.