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'EUA iniciaram um cerco à Rússia desde o final da Guerra Fria, e a resposta veio', diz José Dirceu

Em artigo, o ex-ministro aponta a responsabilidade dos EUA e da União Europeia na guerra entre Rússia e Ucrânia e diz que o Brasil tem muito a aprender com o conflito

José Dirceu (Foto: Lula Marques)
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247 - O ex-ministro José Dirceu, em artigo publicado neste sábado (12) no Poder 360, aponta a responsabilidade dos Estados Unidos e da União Europeia na guerra entre Rússia e Ucrânia. Ele também diz que o Brasil tem muito a aprender com o conflito, principalmente não se submetendo aos norte-americanos. 

"O uso da guerra como instrumento em busca de uma paz que atenda os interesses das grandes potências é uma constante nos últimos séculos. Após a queda do Muro de Berlim e da dissolução da União Soviética, essa foi uma regra para os Estados Unidos e a Europa", destaca.

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Ele afirma que "os sinais de que os Estados Unidos e a Aliança Atlântica, a Otan, e a União Europeia não aceitaram a nova realidade que se impunha no mundo com a ascensão principalmente da China, mas também da Rússia de Putin, da Índia, da Turquia e do Irã eram evidentes".

Os EUA e aliados agiram ao longo do tempo com o objetivo de desestabilizar esses países, prossegue. "Os EUA não são mais uma república democrática, para usar o conceito liberal, mas sim um império e uma plutocracia, com apoio do dólar, das Forças Armadas, único país com bases e força militar estratégica em todo o mundo. A partir da hegemonia cultural e política conquistada, passaram a ditar a ordem internacional segundo suas leis e interesses. Sanções econômicas, bloqueios, desestabilização de governos, golpes militares ou parlamentares-judiciais passaram a ser a norma da política internacional, uma nova forma de guerra, de intervenção em outros países e nações, com ou sem anuência das Nações Unidas".

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A expansão da Otan para o leste europeu e o golpe na Ucrânia para destituir um governo pró-Russia foram a gota d'água, diz Dirceu. "As consequências não tardaram. Veio a declaração da independência do Donbass com a criação das repúblicas de Donetsk e Luhansk. Cidades onde a maioria da população é de origem russa, a cultura idem, e o idioma predominante é o russo. Deu-se início à 1ª guerra entre a Rússia e a Ucrânia, agora pró-Ocidente. A militarização da Ucrânia pelas potências ocidentais e a proposta de integrá-la à Otan foi a gota d’água para Putin e a Rússia, dando início à escalada política e diplomática que levou à invasão e à guerra. Em 2014, a Rússia já tinha ocupado e anexado a Criméia, a ela ligada histórica e culturalmente, com uma população majoritária russa, como consequência da chamada revolução Maidan, nome da praça em Kiev das principais manifestações contra o governo pró-Rússia de Victor Yanukovych, deposto com apoio dos Estados Unidos e Europa".

Para o Brasil, ficam as lições, segundo o ex-ministro: "adeptos, de acordo com nossa Constituição Federal, dos princípios da não intervenção, da autodeterminação dos povos, da igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos, fica a lição de que estamos no rumo errado ao submeter nossa economia e nossa defesa nacional à hegemonia dos Estados Unidos. Isto terá graves consequências, como estamos vivenciando, para nossa sobrevivência como nação independente e soberana. A guerra da Ucrânia nos ensina que devemos rever imediatamente nossa estratégia de desenvolvimento nacional e retomar o fio da história e nosso papel na América Latina e no mundo. Também fortalecer nosso Estado nacional e desenvolver nossa economia industrial e tecnológica, buscando fazer as reformas para fortalecer a coesão social através de uma desconcentração da renda e da riqueza para sermos capazes de sobreviver num mundo onde o que conta são os interesses nacionais e a força não apenas militar, mas, principalmente, a unidade nacional e desenvolvimento social e econômico. 

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"A oportunidade única está à nossa frente em outubro deste ano, quando a soberania popular se manifestará e decidirá nosso futuro", conclui.

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